Práticas organizacionais amigas da família: das intenções às concretizações
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i2.1976Resumo
No sentido de promover a conciliação entre a vida laboral e a vida familiar, as organizações podem disponibilizar aos/às seus/suas colaboradores/as um leque diversificado de práticas, frequentemente designadas na literatura como programas ou práticas organizacionais amigas da família (family-friendly practices or programs), como são exemplos, os horários de trabalho flexíveis, horários de trabalho a tempo parcial ou apoio no cuidado a terceiros. Certa evidência disponível nesta matéria, tem apontado, no entanto, para a existência de resultados contraditórios quanto a eficácia destas práticas, incluindo a redução do conflito trabalho- família (Sutton & Noe, 2005). Além de aprofundar o estado da arte entre a existência de Práticas Organizacionais Amigas da Família (POAF) e os impactos esperados, donde se destaca a redução do conflito trabalho-família, o presente trabalho revê e discute igualmente os principais fatores que a evidência empírica tem indicado como moderadores de tal relação. Em relação à questão dos fatores suscetíveis de influenciar a utilização de POAF e, no sentido de elucidar alguns dos aspetos anteriormente discutidos, recorrer-se-á a dados obtidos em duas organizações nacionais junto a mais de três centenas de colaboradores/as, onde foi explorada a relação entre a utilização de POAF e o conflito trabalho-família, sexo e número de filhos. Por exemplo, em ambos os casos, tais práticas eram mais utilizadas pelos homens, embora a sua associação ao número de filhos ocorra de modo marcado apenas no caso das mulheres.