Impacto do bullying no local de trabalho: efeito moderador das variáveis demográficas e profissionais
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i1.1935Resumo
O fenómeno do bullying no local de trabalho tem estado cada vez mais no centro dos interesses da comunidade científica internacional, nomeadamente dos profissionais da área da saúde ocupacional. Os avanços sentidos no estudo e intervenção nesta problemática em termos internacionais são inequívocos, o que tem contribuído para um interesse crescente dos investigadores e profissionais a nível nacional. Algumas das questões se têm colocado pelos estudos pioneiros deste fenómeno (Einarsen, Hoel, Zapf & Cooper, 2003; Hirigoyene, 2002; Leymann, 1996; Vartia, 2001) referem-se ao impacto que a violência psicológica pode ter ao nível da saúde física e mental dos trabalhadores, assim como na “saúde organizacional” dos contextos onde estes exercem a sua ocupação. Esta comunicação tem 3 objetivos principais: a) sensibilizar para o fenómeno do bullying no local de trabalho; 2) apresentar dados estatísticos de prevalência numa amostra portuguesa; e c) analisar o efeito moderador das variáveis demográficas e profissionais em termos de impacto na saúde dos trabalhadores. Foi administrado uma bateria de testes dos quais faziam parte o Negative Acts Questionnaire (Einarsen & Raknes, 1997), o Rotterdam Symptom Checklist (Haes et. al., 1990) e General Health Questionnaire (Goldberg, 1978) a uma amostra de 787 trabalhadores de empresas do setor dos serviços e da indústria, sendo depois analisados através do programa estatístico SPSS. A prevalência do bullying no local de trabalho nesta amostra portuguesa indicia que os nossos trabalhadores apresentam valores elevados de prevalência, pelo menos se comparados com o 3 a 5 por cento sugeridos por Heinz Leymann. Foram encontrados efeitos moderadores quer nas variáveis demográficas quer nas variáveis profissionais em termos de impacto na saúde dos trabalhadores, que nos remetem para a necessidade de mudanças de políticas de recursos humanos, assim como cuidados acrescidos na postura ética dos profissionais de Recursos Humanos ao nível das relações laborais.