Novos modelos de organização do trabalho e práticas flexíveis de trabalho: entre o trabalho prescrito e o trabalho real

Autores

  • Maria Amélia Marques Escola Superior de Ciências Empresariais/IPS

DOI:

https://doi.org/10.26537/iirh.v0i3.1872

Resumo

Nos atuais contextos socioeconómicos, os novos modelos de organização do trabalho e/ou as práticas flexíveis de trabalho, que pressupõe o recurso às novas tecnologias e a qualificação e participação dos trabalhadores, têm sido preconizados como a resposta mais adequada às necessidades de flexibilidade organizacional e à obtenção de vantagens competitivas. Partindo-se do pressuposto que as empresas ligadas a setores de elevada intensidade tecnológica são mais recetivas à adoção de novos modelos de organização do trabalho, como sejam o modelo “lean production” e as células semiautónomas, e/ ou a introduzir as denominadas práticas flexíveis de trabalho, o presente estudo teve como objetivos: (1) estudar os modelos de organização do trabalho e as práticas organizacionais em empresas ligadas a setores de elevada intensidade tecnológica; (2) estudar as perceções dos trabalhadores sobre a sua situação de trabalho. Do ponto de vista metodológico recorreu-se à metodologia de estudo multi-caso, tendo sido utilizadas um conjunto de técnicas de recolha de informação que passaram pelas entrevistas, inquérito por questionário, observação e análise documental. Nos resultados obtidos constatou-se que as empresas que se enquadram no mesmo setor, em termos societais, apresentam maior grau de isomorfismo entre si no que respeita às práticas organizacionais e, mais especificamente, às práticas de gestão de recursos humanos. Constatou-se que o fator diferenciador nas empresas que adotam o modelo “lean production” é o trabalho em equipa. O trabalho em equipa confere aos trabalhadores uma perceção significativamente maior de acesso à informação e uma maior perceção da chefia de apoio, ou seja, confere uma perceção de empowerment. Constatou-se os trabalhadores que desenvolvem atividades com tarefas no domínio da maquinação percecionam o trabalho como sendo enriquecido contrariamente aos trabalhadores que desenvolvem atividades com tarefas no domínio da montagem que percecionam como não enriquecido. Contudo, a perceção do trabalho enriquecido enquanto fator isolado parece não ser significativamente relevante para a perceção de empowerment.

Publicado

2014-04-04

Como Citar

Marques, M. A. (2014). Novos modelos de organização do trabalho e práticas flexíveis de trabalho: entre o trabalho prescrito e o trabalho real. Conferência - Investigação E Intervenção Em Recursos Humanos, (3). https://doi.org/10.26537/iirh.v0i3.1872