Stress ocupacional em fisioterapeutas
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i3.1848Resumo
A existência de stress como uma força que causa desconforto na estabilidade mental dos seres humanos sobrevive desde séculos e continuará a existir no dia-a-dia (Houaiss, Villar & Franco, 2001). Nos últimos 40 anos, a investigação à volta do stress tem produzido diversas conferências, livros, artigos, etc., no entanto, em Portugal é ainda escassa a investigação sobre esta temática (Melo, Gomes & Cruz, 1997). Neste estudo tentaremos contribuir para a compreensão da problemática do stress num grupo ocupacional específico – os fisioterapeutas – sendo este grupo alvo de escassa investigação neste domínio. Especificamente, o objetivo deste trabalho é a análise dos níveis e das fontes de stress ocupacional nos fisioterapeutas e o estudo da relação de variáveis sociodemográficas e profisissionais – sexo, idade e experiência profissional – com o stress. Outro objetivo será o estudo dos efeitos do stress a nível individual - saúde psicológica e a nível organizacional - comprometimento organizacional afetivo. Os dados analisados foram recolhidos junto de 212 sócios da Associação Portuguesa de Fisioterapeutas. A recolha de dados procedeu-se através de um questionário em formato online. Os resultados indicam que 35,5% dos participantes relatam índices globais de stress significativos. De uma maneira geral, são as questões relacionadas com a carreira e a remuneração que parecem desencadear maior mal-estar, seguindo-se as questões relacionadas com o excesso de trabalho, e num terceiro grande domínio, as questões relacionadas com as pessoas a quem prestam serviços de saúde. Verificou-se também uma associação entre o nível de stress e a saúde psicológica (sintomatologia depressiva e ansiosa). De um modo geral, os resultados encontrados alertam para a relevância de se desenvolverem estratégias de intervenção que possam ajudar na gestão da pressão inerente a este grupo profissional.