Descentralização da função RH: redução de custos ou uma boa solução?
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i3.1837Resumo
Poucos estudos têm sido realizados sobre a perceção das chefias de topo e chefias intermédias face à Gestão de Recursos Humanos (GRH), nomeadamente tendo em conta o seu papel enquanto protagonistas da função RH (Renwick, 2003). Já muito se discutiu sobre a importância e os efeitos nas organizações de centralizar ou não a função RH (Storey 1992), não havendo, no entanto, muitos dados na literatura sobre esta temática. A decisão de centralizar ou não esta função volta à ordem do dia, face, nomeadamente, à necessidade crescente das empresas em reduzir custos, juntamente com a ideia, aparentemente antagónica, de integrar todos estes intervenientes numa parceria de mútua colaboração designada “tríade de Recursos Humanos” (Jackson & Schuler, 2000) constituída pelas chefias, gestores de RH e colaboradores. No presente trabalho foi utilizada uma metodologia de estudo de caso, integrando este dados qualitativos e quantitativos. Especificamente, realizamos entrevistas a chefias de topo e intermédias com o objetivo de compreender e descrever o seu papel na GRH, a forma como priorizam as tarefas relacionadas com a GRH e gestão interna da sua equipa, e a relação estabelecida com o departamento de RH. Quanto aos dados quantitativos adaptamos o questionário de Brandl, Madsen & Madsen (2009) que avalia a forma como as chefias intermédias percebem a importância da GRH e o modo como priorizam as tarefas relacionadas com gestão de pessoas (e.g. desenvolvimento da equipa; gerir conflitos), ou seja, classificam-nas por ordem decrescente de importância. Enquanto que a fase qualitativa de recolha de dados já decorreu em 5 organizações, a relativa à aplicação dos questionário encontra-se em curso numa dessas organizações. Espera-se com este estudo obter resultados que contribuam de forma significativa para a gestão corrente das organizações, nomeadamente o conhecimento da perceção daqueles que integram a função RH quando ela se encontra descentralizada, compreendendo e identificando indicadores relevantes que permitam otimizar a função, nomeadamente ao nível da relação com o departamento de RH. Num plano mais teórico, esperamos ainda contribuir com o descortinar dos processos relevantes na implementação das práticas de GRH dos diferentes protagonistas da função RH, bem como medir a avaliação que as chefias fazem da importância das tarefas relacionadas com gestão das suas pessoas.