A responsabilidade social das empresas e o Caranguejo das Tenazes de Ouro (Le Crabe aux Pinces d'Or)*, ou a norma que nos permite libertar as empresas das suas cargas de ópio

Resumo

Temos por objetivo com a presente apresentação, demonstrar a importância do elemento humano, as pessoas, no que é uma das grandes tendências atuais – a Responsabilidade Social das Empresas. A gestão com base nestes princípios vem sendo apurada por parte da União Europeia, tendo dado origem a vários diplomas nos quais é visível a importância do indivíduo para o alcance desta gestão sustentada e integrada que tem como objetivo essencial a economia, o meio ambiente e a sociedade. Da importância atribuída ao indivíduo resulta, para nós, evidente, a necessidade que existe de estabelecer mecanismos que promovam a sua qualificação, a sua motivação, a sua satisfação e que apelem a uma melhoria contínua das condições de trabalho. Cremos, contudo, que esta mudança não passará apenas por um aumento legislativo, mas sobretudo pela criação de uma mentalidade que adote medidas moral e eticamente corretas, favoráveis à motivação dos colaboradores, sem recear a coima imposta em virtude da violação de um qualquer preceito legal. Ao longo da nossa apresentação, refletiremos sobre as nossas angústias no que respeita à importância dos trabalhadores na empresa no âmbito da política da Responsabilidade Social das Empresas.

* Em 1940 é publicado o nono livro da Série “As Aventuras de Tintin”, com o título O Caranguejo das Tenazes de Ouro (Le Crabe aux pinces d'or). Neste livro, o Capitão Archibald Haddock viaja, sem saber, levando uma carga de ópio no seu navio e é resgatado pelo Tintin, passando a ser seu companheiro de aventuras. A analogia que fazemos entre este livro e a Responsabilidade Social das Empresas encontra a sua razão de ser no facto de, também estas, á semelhança do que sucedia com o navio do Capitão, adotarem, por vezes, práticas desconformes, das quais se devem libertar por forma a adotarem um comportamento socialmente responsável.