Bullying no local de trabalho, clima organizacional e liderança: a emergência da gestão para a cidadania organizacional
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i3.1823Resumo
O estudo do papel da liderança ao nível da promoção de ambientes de trabalho saudáveis tem sido proposto por vários autores das temáticas associadas à gestão de recursos humanos, assim como a áreas afins (Brosdky, 1976; Einärsen, Skogstad, Aasland & Bakken, 2004, Leymann, 1996; Namie & Namie, 2009). O estudo que agora se apresenta procura compreender de uma forma mais global, o papel da liderança na criação de climas organizacionais inibidores ou facilitadores de situações de abuso. O bullying no local de trabalho está muitas vezes associado a estilos de liderança autoritários, insensíveis e abusivos, pelo que seria interessante, estudar este tipo de questões associadas ao respeito pela dignidade dos trabalhadores, nomeadamente ao aumentar a consciência dos limites que não devem ser ultrapassados, por estilos de liderança mais machista e ditatoriais. Mais concretamente, importa conhecer o grau de satisfação que os trabalhadores percecionam em relação aos seus superiores, assim como à organização com a qual estão comprometidos em termos contratuais. O desenho do estudo é do tipo transversal, tendo sido recolhidos os dados num único momento através da seguinte bateria de testes nas suas versões portuguesas: o Negative Acts Questionnaire- Revised (NAQ-R); o Questionário do Clima Organizacional (QuACO); o Job In General Scale (JIG); o Job Descriptive Index (JDI) (Supervision Scale). Os resultados são bastante elucidativos no que concerne ao papel da liderança em termos do impacto no bullying na saúde dos trabalhadores, sendo então lançadas pistas de intervenção no combate a este fenómeno, com programas de intervenção que possam reduzir o stresse ocupacional assim como a promoção de lideranças mais baseadas em valores que respeitem a dignidade dos trabalhadores, e que, inevitavelmente influenciarão a incidência de bullying no local de trabalho.