Peer academic mentoring na FEUP e na FEP: um estudo exploratório
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i3.1775Resumo
Os docentes do ensino superior são atores principais dos inúmeros desafios que o ensino superior enfrenta, tais como a procura de fontes de financiamento complementar, dos processos de acreditação e de avaliação dos cursos e das instituições, do número de alunos que conseguem atrair ou da sua empregabilidade. Para além da participação nos processos institucionais atrás referidos, é esperado que este grupo profissional encete estratégias ativas de desenvolvimento ao nível pedagógico, seja capaz de atingir maiores níveis de produção científica, que afetivamente participe na transferência do conhecimento e contribuía também para uma gestão académica racional, eficiente e de melhor qualidade. Neste exigente contexto, será forçoso encontrar estratégias que potenciem aprendizagens e desenvolvimento, nomeadamente fazendo uso da experiência, da sabedoria e da influência das redes intensas de relações interpessoais dos pares. O mentoring pode configurar uma destas estratégias, pois consiste numa relação interpessoal significativa estabelecida entre um júnior, o mentee, e um sénior, o mentor, cujo objetivo é o desenvolvimento do indivíduo e da organização. Muito embora o Peer Mentoring seja uma metodologia de apoio ao desenvolvimento, e à potenciação do sucesso da carreira profissional, os dados empíricos disponíveis não evidenciam qualquer contexto de ensino superior português onde esta metodologia seja aplicada ao pessoal docente do ensino superior. O estudo exploratório desenvolvido na FEUP e na FEP, envolvendo um inquérito por questionário a uma amostra de 23% e 25% dos docentes, respetivamente, revelou que o mentoring não parece ser, ainda, em ambas as faculdades, uma metodologia conhecida e intencionalmente praticada. Contudo, os resultados do estudo parecem apontar para uma necessidade latente, e uma disponibilidade implícita dos docentes para participar num programa formal de Peer Academic Mentoring.