“Cirurgia dos Conhecimentos”: potencialidades e desafios de um percurso pedagógico no 1.º CEB
PDF

Palavras-chave

Articulação Curricular
Metodologia de Investigação‐Ação
Prática Educativa Supervisionada
Criatividade
Metodologias Ativas

Como Citar

Gomes, B., Correia, I., & Férias, A. (2024). “Cirurgia dos Conhecimentos”: potencialidades e desafios de um percurso pedagógico no 1.º CEB. Encontro Nacional De Educação Básica. https://doi.org/10.34630/eneb.vi.5969

Resumo

A construção de práticas educativas assente na articulação curricular traz potencialidades e desafios para o processo de ensino e aprendizagem, conduzindo ao desenvolvimento de aprendizagens holísticas, que são favorecidas pela existência de uma correlação entre os conteúdos, proporcionando a leitura, a reflexão e a compreensão, em plenitude, das nuances da realidade (Leite, 2012).
O presente trabalho apresenta um projeto de intervenção, intitulado Pequenos Cirurgiões do Conhecimento, que foi desenvolvido no âmbito da Prática Educativa Supervisionada (PES) do 2.º ano do Mestrado de Educação Pré‐Escolar e Ensino do 1.º CEB, na Escola Superior de Educação do Porto, e realizado numa turma do 3.º ano de escolaridade do 1.º CEB. O projeto sustentou‐se no significado da palavra «cirurgião», alastrando‐se, posteriormente, para o conceito «operar». Este último visa a perspetiva da construção ativa dos próprios conhecimentos, em que os alunos assumem o papel de «pequenos cirurgiões», tornando‐se especialistas na arte de «operar» e mobilizar esses conhecimentos para o seu quotidiano.
Para o desenvolvimento deste trabalho optou‐se pela aproximação à metodologia de Investigação‐Ação (I‐A) e utilizaram‐se diversificados instrumentos de recolha de dados. Como resultados verificou‐se que o projeto correspondeu aos objetivos da aula e que o modo de implementação estimulou o envolvimento multissensorial, possibilitando que os alunos se sentissem mais motivados para a construção da sua aprendizagem. Adicionalmente, aferiu‐se que estas «operações do conhecimento» incentivaram a aquisição de competências cognitivas, particularmente a estimulação dos sentidos crítico e reflexivo das crianças, pautados por uma aprendizagem pela descoberta.

https://doi.org/10.34630/eneb.vi.5969
PDF

Referências

Alarcão, I. (2002). Escola Reflexiva e Desenvolvimento Institucional. Que Novas Funções Supervisivas? In J. Oliveira‐Formosinho (Org.), A Supervisão na Formação de Professores I. Da Sala à Escola (pp. 217‐238). Porto Editora.

Arends, R. (1995). Aprender a ensinar. Editora McGraw‐Hill de Portugal.

Baptista, A., Viana, F. & Barbeiro, L. (2011). O Ensino da Escrita: Dimensões gráfica e ortográfica. Direcção Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular.

Batista, M., L & Cunha, P., M., V. (2021). O uso das metodologias ativas para melhoria nas práticas de ensino e aprendizagem. Revistas Unasp, 2(1), 60‐70.

Cadima, J., Leal, T. & Cancela, J. (2011). Interacções professor‐aluno nas salas de aula no 1.º CEB: Indicadores de qualidade. Revista Portuguesa de Educação, 24(1), 7‐34.

Caetano, A. P., & Silva, M. L. (2009). Ética profissional e formação de professores. Revista de Ciências da Educação, (8), 49 60.

Catterall, J. S. (2002). The Arts and the Transfer of Learning. In R. Deasy (Ed.), Critical Links: Learning in the Arts and Student Academic and Social Development (pp. 151‐157). Arts Education Partnership, Washington, DC.

Cosme, A. (coord.) (2020). Avaliação externa da autonomia e flexibilidade curricular- Decreto-Lei n.º 55/2018. Centro de Investigação e Intervenção Educativa.

Coutinho, C. (2014). Metodologia de investigação em ciências sociais e humanas: Teoria e prática (2.ª ed.). Almedina.

Decreto‐Lei n.º 240/2001 do Ministério da Educação. Aprova o perfil geral de desempenho profissional do educador de infância e dos professores dos ensinos básicos e secundário. Diário da República n.º 201, 1.ª Série A de 30/08/2001. https://files.dre.pt/1s/2001/08/201a00/55695572.pdf

Decreto‐Lei n.º 241/2001 do Ministério da Educação (2001). Aprova os perfis específicos de desempenho profissional do educador de infância e do professor de 1.º ciclo do ensino básico. Diário da República n.º 201, 1ª série ‐ A de 30/08/2001. https://data.dre.pt/eli/dec‐lei/241/2001/08/30/p/dre/pt/html.

Decreto‐Lei n. º 55/2018 da Presidência do Concelho de Ministros (2018). Estabelece o currículo dos ensinos básicos e secundário e os princípios orientadores da avaliação das aprendizagens. Diário da República n.º 129, 1.ª série de 06/07/2018. https://data.dre.pt/eli/dec‐lei/55/2018/07/06/p/dre/pt/html.

Delors, J., Al‐Mufti, I., Amagi, I., Carneiro, R., Chung, F., Geremek, B., . . . Nanzhao, Z. (1998). Educação: Um tesouro a descobrir. Edições ASA.

DGE (2018). Aprendizagens Essenciais | 1. º Ciclo do Ensino Básico – Estudo do Meio, 4.º ano.https://www.dge.mec.pt/sites/default/files/Curriculo/Aprendizagens_Essenciais /1_ciclo/4_estudo_do_meio.pdf.

DGE (2018). Aprendizagens Essenciais | 1.º Ciclo do Ensino Básico – Português, 3. º ano. https://www.dge.mec.pt/sites/default/files/Curriculo/Aprendizagens_Essenciais/1_ciclo/portugues_1c_3a_ff.pdf

Despacho‐Normativo n.º 5908/2017, do Gabinete do Secretário de Estado da Educação (2017). Autoriza, em regime de experiência pedagógica, a implementação do projeto de autonomia e flexibilidade curricular dos ensinos básicos e secundário, no ano escolar de 2017-2018. Diário da República n.º 128/2017, 2.ª Série de 05/07/2017. https://dre.pt/dre/detalhe/despacho/5908‐2017‐107636120

Dotta, L., Marta. M., Soares. R. & Matiz, L. (2014). O papel das crianças e dos jovens na constituição das identidades profissionais de educadores/professores/formadores de professores. Aletheia, 43(44), 9‐23.

Duarte, P. (2021). Pensar o desenvolvimento curricular: uma reflexão centrada no ensino. Instituto Politécnico do Porto. Escola Superior de Educação.

Estrela, A. (1990). Teoria e Prática de Observação de Classes: Uma estratégia de formação de professores. Porto Editora

Ferreira, C. (2009). A avaliação na metodologia de trabalho de projecto: uma experiência na formação de professores. Revista Portuguesa de Pedagogia, 43(1), 143‐158.

Flores, M. A. (2015) Formação docente e identidade profissional: tensões e (des)continuidades. Educação, 38(1), 138‐146.

Kuller, J. A. & Rodrigo, N. F. (2012). Uma metodologia de desenvolvimento de competências. Revista Brasileira da Educação Profissional, 38(1), 5‐15.

Leite, C. (2012). A articulação curricular como sentido orientador dos projetos curriculares. Educação Unisinos, 16 (1), 87‐92.

Leite, C. (2023). Um olhar sobre práticas curriculares e pedagogias transformadoras. In A. Santiago, A. Gonçalves, M. Marques & M. Bento (Eds.), VII Encontro de Investigação e Práticas em Educação (pp. 49‐56). Escola Superior de Educação de Educação de Coimbra.

Lousada, L. (2017). Uso das TIC para o desenvolvimento da compreensão auditiva no ensino de PLE. In A. Benito & I. González (Eds.), Actas del V Congreso Internacional de la Sociedad Extremeña de Estudios Portugueses y de la Lusofonía (pp. 46‐50). Universidad de Extremadura.

Mateus, M. (2011). Metodologia de trabalho de projeto: Nova relação entre os saberes escolares e os saberes sociais. EDUSER: Prática pedagógica, 3‐16.

Máximo‐Esteves, L. (2008). Visão Panorâmica da Investigação-Acção. Colecção Infância. Porto Editora.

Mendes, T. & Cardoso, L. M. (2018). Trabalho de Projeto: abordagens interdisciplinares na educação pré‐escolar. In R. P. Lopes, M. V. Pires, L. Castanheira, E. M. Silva, G. Santos, C. Mesquita & P. F. Vaz. (Eds.), III Encontro Internacional de Formação na Docência (INCTE): Livro de Atas (pp. 532‐539). Instituto Politécnico de Bragança.

Morais, M. F. & Azevedo, I. (2011). What is a Creative Teacher and What is a Creative Pupil? Perceptions of Teachers. Procedia - Social and Behavioral Sciences, 12, 330‐339. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1877042811001327

Moran, J. (2013). Metodologias Ativas para uma aprendizagem mais profunda. José Moran – Educação Transformadora. https://moran.eca.usp.br/?page_id=29.

Moran, J. (2019). Metodologias ativas em sala de aula. Pátio Ensino Médio. 1(39), 10‐13.

Moreira, A. & Duarte, P. (2019). A planificação na formação inicial de professores: um retrato a partir dos contributos da educação histórica. Indagatio Didactica, 11(4), 41‐60.

Nobile, G., & Barrera, S. (2009). Análise de erros ortográficos em alunos do ensino público fundamental que apresentam dificuldades na escrita. Psicologia em Revista, Belo Horizonte, 15(2), 36‐55.

Oliveira‐Formosinho, J. (Org.). (2002). A Supervisão na Formação de Professores I. Da Sala à Escola. Colecção Infância. Porto Editora.

Oliveira‐Formosinho, J. & Formosinho, J. (2013). A perspetiva educativa da Associação Criança: A Pedagogia‐em‐Participação. In J. Oliveira‐Formosinho (Org.), Modelos Curriculares para a Educação de Infância: Construindo uma práxis de participação, (4.ª ed., pp. 25‐60). Porto Editora.

Oliveira‐Martins, G., Gomes, C., Brocardo, J., Pedroso, J., Carrillo, J., Siva, L., Encarnação, M., Horta, M., Calçada, M., Nery, R., & Rodrigues, S. (2017). Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória. Ministério da Educação/Direção‐Geral da Educação (DGE), Diretor‐Geral da Educação José Vítor Pedroso.

Parente, C. (2002). Observação: Um percurso de formação, práctica e reflexão. In J. Oliveira‐Formosinho (Org.), A Supervisão na Formação de Professores I. Da Sala à Escola (pp. 166‐216). Porto Editora.

Quadros‐Flores, P., Escola, J., & Peres, A. (2009). A tecnologia ao Serviço da Educação: práticas com TIC no 1º Ciclo do ensino Básico. VI Conferência Internacional de TIC na Educação – Challenges, 715‐726.

Quadros‐Flores, P., Flores, A., Ramos, A., & Peres, A. (2019). Deles para eles: quando os processos se tornam produtos e de novo processos. In J. Osório, J. Gomes & L. Valente (Eds.), Challenges 2019: Desafios da Inteligência Artificial (pp. 885 – 894). Editora Universidade do Minho.

Quadros‐Flores, P., Marta, M. & Sá, S. (2018). Criatividade com avatares na Prática Educativa Supervisionada. Revista Prácticum, 3(2), 60‐76.

Quadros‐Flores, P., Peres, A., & Escola, J. (2013). Identidade Profissional Docente e as TIC: estudo de boas práticas no 1º CEB na região do Porto. Andavira Editora.

Ribeiro, D. (2007). Diário Colaborativo… Diário reflexivo sobre a prática na formação inicial de educadores de infância, em contexto de interdiscursividade. In M. Alfredo Moreira (Org.), Narrativas dialogadas na investigação, formação e supervisão de professores (pp. 41‐56). Edições Pedago.

Ribeiro, D., Sá, S., & Quadros‐Flores, P. (2018). Transição da educação pré‐escolar para o 1º ciclo do ensino básico. In III Encontro Internacional de Formação na Docência (INCTE): livro de atas (pp. 324‐333). Instituto Politécnico de Bragança.

Ribeiro, D. (2020). Investigação‐ação‐formação: um caso na formação inicial de educadores. EstreiaDiálogos, 5(1), 35‐46.

Ribeiro, D. (2022/2023). Ficha da Unidade Curricular de Prática Educativa Supervisionada – Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico. Escola Superior de Educação, do Instituto Politécnico do Porto.

Silveira, C. (2019). Reflexões quanto a importância da prática do ditado no processo de construção da escrita. Brazilian Journal of Development, 5(11), 27186‐27192.

Soares, M., & Rubio, J. (2012). A Utilização da Música no Processo de Alfabetização. Revista Eletrônica Saberes da Educação, 3(1), 1‐14.

Traver, J., Rodriguez, M. & Caño, J. (2008). La carpeta del equipo: una herramienta para ayudar a trabajar en grupos cooperativos. Revista de Nuevas Tecnologías y Sociedad, 51, 1‐18

UNESCO. (2018). Issues and trends in Education for Sustainable Development.

Vasconcelos, T. (2011). Trabalho de Projeto como “Pedagogia de Fronteira”. Da Investigação à Prática, 3, 8‐20.

Vasconcelos, T. (2012). Trabalho por Projetos na Educação de Infância: Mapear Aprendizagens, Integrar Metodologias. Ministério da Educação e Ciência.

Vázquez, I. (2009). O papel do dicionário no ensino e aprendizagem das línguas. Exedra, (9), 107‐110.

Creative Commons License

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-SemDerivações 4.0.