Palavras-chave
práticas educativas
articulação
intervenção em contexto de turma
Como Citar
Resumo
Com o trabalho intitulado de “A construção da “ponte” entre as práticas curriculares e o desenvolvimento de competências socioemocionais” pretendeu-se documentar um conjunto de experiências educativas desenvolvidas com uma turma de terceiro ano do 1º ciclo do Ensino Básico (CEB). As competências socioemocionais e académicas desenvolvem-se continuamente e estão profundamente interligadas. Ambas se desenvolvem no quotidiano enquanto surgem desafios sociais e oportunidades de ensino (Jones & Bouffard, 2012). Com base nesta premissa e partindo de algumas necessidades observadas no grupo surgiu esta intervenção, com objetivos amplos que iam desde as competências de comunicação, as capacidades de autorregulação, o respeito pelo outro, a gestão e resolução de conflitos e o desenvolvimento de competências curriculares. A equipa educativa composta pela psicóloga da escola e pela professora titular de turma traçou um conjunto de dinâmicas e estratégias, consoante a evolução de necessidades e respostas do grupo (levantadas através dos registos de conflitos nos tempos livres, preocupações debatidas na assembleia de turma e nas reuniões de equipa pedagógica). Estas dinâmicas passaram pela exploração de histórias como o livro Gosto de ti (quase sempre) de Anna Llenas que se assumiu como um elemento central, mas também abriu portas para a mobilização de um vasto número de recursos inspirados por outros livros ou projetos, de acordo com a intencionalidade pedagógica e didática do percurso traçado. Tendo as exigências do dia-a-dia do grupo como mote, este percurso incorporou a articulação de diferentes áreas do saber como o Português, a Matemática, as Artes Visuais, a Filosofia com Crianças e a Expressão Dramática/teatro. Entre os efeitos observados destacam-se as sinalizações do docente para a resolução de conflitos entre as crianças, a evolução dos temas abordados na assembleia de turma, as atitudes observadas na resolução de problemas e a mobilização das competências trabalhadas. Da mesma forma, analisa-se um leque variado de amostras de trabalho curricular e a evolução de competências dos alunos.
Referências
Alarcão, I. (1992). Reflexão crítica sobre o pensamento de D. Schön e os programas de formação de professores. In I. Alarcão, Formação reflexiva de professores: estratégias de supervisão (pp. 9-39). Porto: Porto Editora.
Aguilar, P. A., Melero, C. F., & Perabá, C. M. (2020). Neurodiversity as a teaching tool for educational inclusion. Revista Internacional de Apoyo a la Inclusión, Logopedia, Sociedad y Multiculturalidad, 6(1), 88-97.
Baikie, K. A., & Wilhelm, K. (2005). Emotional and physical health benefits of expressive writing.
Advances in psychiatric treatment, 11(5), 338-346.
Bornstein, M. R., Bellack, A. S., & Hersen, M. (1977). Social‐skills training for unassertive children: a multiple‐baseline analysis 1. Journal of Applied Behavior Analysis, 10(2), 183-195.
Boscolo, P. (2009). Engaging and motivating children to write. In R. Beard, D. Myhill, M. Nystrand & J. Riley (Eds.), The SAGE handbook of writing development. (pp. 300-313). London: SAGE Publications
Collaborative for Academic, Social, and Emotional Learning. (2006). Casel practice rubric for schoolwide sel implementation. Retirado de https://files.eric.ed.gov/fulltext/ED505360.pdf
Conangia, M., & Soler, J. (2013). Energias e Relações. Edicare: Lisboa.
Cooke, T. (2017). Social information processing: A useful framework for educational psychology. Educational Psychology Research and Practice, 3(1), 50-69.
Crick, N. R., & Dodge, K. A. (1994). A review and reformulation of social information-processing mechanisms in children's social adjustment. Psychological bulletin, 115(1), 74.
Decreto-Lei nº 54/2018, de 6 de julho. Diário da República n.º 129/2018, I Série. Presidência do Conselho de Ministros. Lisboa. Regime jurídico da educação inclusiva.
Elliott, J. (2000). La investigaciín-acción en educación. (4.ª ed.). Madrid: Ediciones Morata.
Estrela, A. (1994). Teoria e prática de observação de classes. Uma estratégia de formação de professores. Porto. Porto Editora.
Isern, S. (2023). A Conquista de Mim Mesmo! - Grandes Ferramentas para Pequenos Guerreiros. Lisboa: Booksmile.
Jones, S. M., & Bouffard, S. M. (2012). Social and Emotional Learning in Schools: From Programs to Strategies. Social Policy Report. Volume 26, Number 4. Society for Research in Child Development.
Kemmis, S. (1988). Action Research. In J. P. Keeves (ed.), Educational Research, Methodology and Measurement. An International Handbook, pp. 42-49. Oxford: Pergamon.
Hooker, K. E., & Fodor, I. E. (2008). Teaching mindfulness to children. Gestalt review, 12(1), 75- 91.
Leite, C. (2012). A articulação curricular como sentido orientador dos projetos curriculares. Educação Unisinos, 16 (1), 87-92.
Lemerise, E. A., & Arsenio, W. F. (2000). An integrated model of emotion processes and cognition in social information processing. Child development, 71(1), 107-118.
Llenas, A. (2020). Gosto de Ti Quase Sempre. Porto: Porto Editora.
Mar, R. A. & Oatley, K. (2008). The function of fiction is the abstraction and simulation of social experience. Perspectives on Psychological Science, 3, 173-192.
Marchezini-Cunha, V., & Tourinho, E. Z. (2010). Assertividade e autocontrole: interpretação analítico-comportamental. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 26, 295-304.
Máximo-Esteves, L. (2008). Visão panorâmica da investigação-ação. Porto: Porto Editora.
McClelland, M. M., Tominey, S. L., Schmitt, S. A., & Duncan, R. (2017). SEL interventions in early childhood. The Future of Children, 33-47.
Ministério da Educação/Direção-Geral da Educação (DGE). (2018). Para uma Educação Inclusiva: Manual de Apoio à Prática. Retirado de: https://www.dge.mec.pt/sites/default/files/EEspecial/manual_de_apoio_a_pratica.pdf
Napoli, M., Krech, P. R., & Holley, L. C. (2005). Mindfulness training for elementary school students: The attention academy. Journal of applied school psychology, 21(1), 99-125.
Neves, E. (2019). O novelo das emoções. Porto: Porto Editora. Projeto Educativo da Escola Jasmim (2022-2025)
Raimundo, R. C. P. (2013). " Devagar Se Vai Ao Longe": Avaliação Da eficácia e Da Qualidade Da implementação De Um Programa De promoção De competências sócioemocionais Em crianças (Doctoral dissertation, Universidade de Lisboa (Portugal)).
Ribeiro, D., Claro, L. & Nunes, S. (2007). Diários colaborativos de formação: A co-construção de saberes profissionais pela pluralidade de sentidos. In Barca, A., Peralbo, M., Porto, A., Duarte da Silva, B. & Almeida, L. (Eds.) (2007). Libro de atas do Congreso Internacional Galego- Portugués de Psicopedagoxía (pp. 3115-3127). Universidade da Coruña: Revista GalegoPortuguesa de Psicoloxía e Educación
Riquelme, E., & Munita, F. (2017). Mediated Reading of Children's Literature as Paradigmatic Scenario to Develop Emotional Competence/Leitura Mediada de Literatura Infantil como Cenario Paradigmatico no Desenvolvimento de Competencia Emocional. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 33.
Suckling, A., & Temple, C. (2008). Cool Calm Kids. Aust Council for Ed Research.
Trindade, V. (2007). Práticas de formação. Métodos e técnicas de observação, orientação e avaliação (em supervisão). Lisboa: Universidade Aberta.
Vieira, F. & Moreira, M. (2011). Supervisão e avaliação do desempenho docente: para uma abordagem de orientação transformadora. Lisboa: Ministério da Educação – Conselho científico para a avaliação de professores.
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-SemDerivações 4.0.