Exploration of Portuguese-Bengal Cultural Heritage Through Museological Studies
DOI :
https://doi.org/10.34630/erei.vi4.3973Mots-clés :
Cultura Portuguesa, Bengal, MuseologiaRésumé
Os portugueses chegaram a Bengala no início do século XVI para comércio. Entre 1575 e 1600, estabeleceram muitas colónias nas margens do rio Ganga, como Chinsura, Hooghly (Porto Pequeno), Satagaon, Gopalpur e Bandel, cobrindo a parte oriental da Índia. Durante a sua estadia, os portugueses construíram muitas igrejas, escolas e instituições caritativas. Igrejas de agostinianos e jesuítas tornaram-se destinos turísticos populares até aos nossos dias. Embora no século XVIII, a presença portuguesa tivesse quase desaparecido de Bengala com o surgimento do imperialismo britânico, a cultura portuguesa de 500 anos (aproximadamente) ainda vive em Bengala moderna, sob a forma de património tangível e intangível. Vestígios do impacto português podiam ser vistos na língua bengali, literatura, contos populares, canções populares, culinária, agricultura, religião, cinema e comércio. Alguns destes estão incluídos no currículo académico de história a nível escolar, universitário e universitário. Neste contexto, 11 pesquisas foram realizadas no passado e estão ainda em curso em várias universidades. Contudo, os estudos patrimoniais sob o ponto de vista museológico ainda não foram iniciados a nível universitário. Apesar de Goa, Panaji, Calicut, Chennai e Nagapattanam terem sido os centros portugueses durante longos períodos e de aí terem sido realizadas pesquisas juntamente com a criação de alguns museus, Bengala ainda não explorou possibilidades semelhantes. Existe uma grande coleção de pinturas contemporâneas, artefactos e documentos de arquivo em museus, igrejas, arquivos, a Sociedade Asiática e a Biblioteca Nacional (Calcutá, Bengala Ocidental), mas nenhuma galeria exclusiva foi ainda concebida para os portugueses. Mas tais objetos e documentos são necessários para explorar, interpretar e desdobrar muitos episódios da história e do património português em Bengala. Para além das fontes espalhadas por Bengala, existem muitas outras fontes de importância cultural nos museus, arquivos e bibliotecas de Portugal, que poderiam revelar muitos capítulos da sociedade, arte e tecnologia contemporânea bengali, tais como a tecelagem de Muslins (um tecido de algodão fino mundialmente conhecido) entre muitos outros. A museologia é uma disciplina integrada a nível de Pós-Graduação na Universidade de Calcutá, tratando da administração de museus, coleção, exposição, gestão, educação e conservação da arte, história, cultura e ciência, bem como do património imaterial. Mas também é possível empreender programas de investigação em disciplinas integradas a nível de doutoramento. Do mesmo modo, os estágios a nível de Pós-Graduação permitiriam aos estudantes trabalhar em museus no estrangeiro. O Departamento de Museologia da Universidade de Calcutá tem potencial suficiente para estabelecer um 'Centro de Estudos Portugueses' em colaboração com departamentos semelhantes em Portugal. Através deste Centro, várias atividades poderiam ser levadas a cabo:
- Oferecer certificado para pequenos programas de orientação e cursos de Verão sobre relações IndoPortuguesas e questões patrimoniais;
- Documentação de investigação sobre objetos portugueses em museus de Bengala Ocidental e/ou sobre objetos de Bengala em museus portugueses;
- Gestão de bases de dados sobre objetos documentados e publicações para uso online;
- Realização de projetos de curto/longo prazo sobre diferentes questões do património português em Bengala Ocidental;
- Desenvolver brochuras, monografias, catálogos, livros e números especiais da Revista Departamental sobre o património português local;
- Promover programas de intercâmbio de professores, estudantes e visitantes, a fim de explorar o património transcultural e trocar conhecimentos que possam aproximar as pessoas;
- Realizar um programa de estudo de línguas tanto para o português como para o bengali;
- Curar exposições em colaboração com museus locais e museus em Portugal;
- Organizar programas de orientação sobre a influência portuguesa em Bengali através de workshops, simpósios ou seminários;
- Explorar a possibilidade de programas de bolsas de estudo para doutoramentos e outros trabalhos de investigação.
O docente do Departamento de Museologia da Universidade de Calcutá tem os conhecimentos necessários para levar a cabo esta iniciativa. O planeamento detalhado será partilhado na apresentação deste documento, pois acreditamos firmemente que tal é possível através de abordagens colaborativas, planeamento cuidadoso e trabalho conjunto em todas as fases.
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