Sobre Um Gigante Adormecido: Lendas enquanto representações culturais topofílicas do morro São João de Montenegro (RS, Brasil)

Autores

  • Thais Gaia Schüler Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal
  • Magna Lima Magalhães Universidade Feevale, Brasil
  • Orquídea Moreira Ribeiro Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.34630/e-rei.vi13.6315

Palavras-chave:

topofilia, lenda, representação cultural, Montenegro

Resumo

: O artigo tem por objetivo discutir as relações entre natureza, paisagem e cultura atinentes ao Morro São João e à sua proeminente presença em Montenegro, cidade localizada no estado mais meridional do Brasil. Entende-se que, neste contexto, o morro representa para além de um marcador geográfico, já que também é referência para diversas manifestações culturais presentes na localidade, como os mitos e lendas. Desta forma, sistemas simbólicos relacionados com a imaginação social são concebidos com base na relação do homem com o espaço, expressando-se em representações culturais que atestam as sensibilidades e as afetividades e os seus laços com o maciço rochoso. Tal perspectiva valida a aproximação entre elementos naturais e culturais como um processo importante nas construções das representações culturais das realidades, indo ao encontro do que Tuan (1980) assevera, que paisagens e pessoas elaboram (ou constroem) elos afetivos. 

Biografias Autor

Thais Gaia Schüler, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal

Doutora em Processos e Manifestações Culturais pela Universidade Feevale. Professora Auxiliar Convidada no Departamento de Letras, Artes e Comunicação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. 

Magna Lima Magalhães, Universidade Feevale, Brasil

Doutora em História. Professora Associada no Programa de Pós-Graduação em Processos e Manifestações Culturais da Universidade Feevale

Orquídea Moreira Ribeiro, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal

Doutora em Ciências Humanas e Sociais – Cultura. Professora Catedrática no Departamento de Letras, Artes e Comunicação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Referências

@Hack, L. (2021). 18 de abril. Uma das "estórias" mais bizarras que ouvi na minha vida foi a de um caçador de tesouros. Ele me contou... [comentário em Facebook]. Facebook – Montenegro:

Retratos do Passado. Retirado de https://www.facebook.com/109825047369548/photos/pb.100063697982734.2207520000/294733165545401/?type=3 .

@Mattana, N. (2021). 18 de abril. Eu morei lá em cima do Morro com meus pais e irmãos de 1964 até 1972 no início não tinha nada... [comentário em Facebook]. Facebook – Montenegro:

Retratos do Passado. Retirado de https://www.facebook.com/109825047369548/photos/pb.100063697982734.2207520000./2 94660335552684/?t%20ype=3.

Aguilera, V.A. (2004). O baetatá existe realmente? Latin American Narratives and Cultural Identity. Peter Lang Publishing, pp.201-216.

Aime, M. (2015). Cultura. Adriana Hidalgo.

Baczko, B. (1985). A imaginação social. Leach, E. et al. Anthropos-Homem. Imprensa Nacional/Casa da Moeda, pp. 296-332.

Barros, J.D. (2011). A Nova História Cultural – considerações sobre o seu universo conceitual e seus diálogos com outros campos históricos. Cadernos de História, v.12, n. 16, pp. 38-63. Retirado de https://periodicos.pucminas.br/index.php/cadernoshistoria/article/view/P.22378871.2011v12n16p38/2958.

Brito, A.G. (2008). As montanhas e suas representações: buscando significados à luz da relação homem-natureza. Revista de biologia e ciências da terra, v.8, n.1, pp.1-20. Retirado de https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=50080101.

Chartier, R. (1991). O mundo como representação. Estudos Avançados, n.11, pp.173-191. Retirado de https://www.scielo.br/j/ea/a/SZqvSMJDBVJTXqNg96xx6dM/?lang=pt.

Chartier, R. (2002). A história cultural: entre práticas e representações. Difel.

Coelho, N.N. (2003). O conto de fadas: símbolos, mitos, arquétipos. DCI.

Cuche, D. (1999). A noção de cultura nas ciências sociais. EDUSC.

Deus, J.A.S; Nogueira, M.; Alves, R.C. (2013). Homem, lugar & paisagem – topofilia e topofobia: reflexões sobre o patrimônio histórico, arquitetónico e urbanístico de Diamantina-MG. Revista Caminhos da História, v. 18, n.1, pp.13-26. Retirado de https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/caminhosdahistoria/article/view/3223.

Dion, S. (2008). A lenda urbana: um gênero narrativo de grande mobilidade cultural. Boitatá, n.6, 2008, pp.1-13. Retirado de https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/boitata/article/view/31156/21875.

Eagleton, T. (2000). A ideia de cultura. UNESP.

Espírito Santo, T. (2016). Adaptação das lendas de Montenegro para crianças. Pallotti.

Finger, L.S. (2017, 03 de julho). Crianças do Acácia Negra contam história do Morro. Jornal Ibiá (on-line). Retirado de https://jornalibia.com.br/montenegro/criancas-do-acacia-negracontam-historiado-morro/.

Frank, T.T. (1982). Lendas e Histórias de Montenegro. Kautzmann, M.E.M. Montenegro Ontem e Hoje, v.2. Pallotti, pp. 509-516.

Geertz, C. (2007). O senso comum como um sistema cultural. In: Geertz, C. O saber local: novos ensaios em antropologia interpretativa. Vozes, pp.111-140.

Gil, A.C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. Atlas.

Ingold, T. (2000). Temporality of the landscape. In: Ingold, T. The perception of the environment: Essays in livelihood, dwelling and skill. Routledge, 2000, pp.151-174.

Laplatine, F. (2007). Aprender Antropologia. Brasiliense.

Moisés, M. (2004). Dicionário de termos literários. Cultrix.

Morás, A.P.V. (1999). Das representações míticas à cultura clerical: as Fadas da Literatura Medieval.

Revista Brasileira de História, v.19, n.37, pp. 229-252. Retirado de https://www.scielo.br/j/rbh/a/f8M3CsFrJZ3vdTPBq6gvcRz/ .

Morro da Mariazinha: a beleza e o místico à beira do Rio Caí (1980). Jornal O Progresso, 29 de abril, p.03.

Oliven, R.G. (1991). Em busca do tempo perdido: O Movimento Tradicionalista Gaúcho. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v.6, pp. 40-52. Retirado de http://www.anpocs.com/images/stories/RBCS/15/rbcs15_03.pdf

Rocha, A.L.C., Eckert, C. (Orgs.). Tempo e memória ambiental: etnografia da duração das paisagens citadinas. Brasília, DF: ABA Publicações, 2021.

Rocha, E. (2012). O que é Mito. Brasiliense.

Rosa, R.R,G. (2014). Os kujà são diferentes? Doenças invisíveis, aliança e guerra no xamanismo

Kaingang. Revista Mediações, v. 19 n. 2, pp. 84-110. Retirado de https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/20699/15765

Schama, S. (1996). Paisagem e memória. Companhia das Letras.

Schüler, T.G. et al (2023). Reminiscências da paisagem angolana na pós-memória de “Retornados”: um estudo em Vila Real (Portugal). Gragoatá, v.28, n.61, pp.1-24. Retirado de https://periodicos.uff.br/gragoata/article/view/54839/34413.

Schüler, T.G. (2023). Um Gigante de Pedra: natureza, cultura e o Morro São João de Montenegro (RS, Brasil). [Tese de Doutoramento, Universidade Feevale].

Schüler, T.G. (2019). As coisas, as pessoas e o lugar: um estudo das memórias da comunidade de Batinga Sul a partir de vestígios arqueológicos. [Dissertação de Mestrado, Universidade Feevale].

Tuan, Y. (1980). Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. Difel, 1980.

Tuan, Y. (2011). Espaço, tempo, lugar: um arcabouço humanista. Geograficidade, v. 01, n. 01, pp.04-15. Retirado de https://periodicos.uff.br/geograficidade/article/view/12804.

Worster, D. (1991). Para fazer História Ambiental. Estudos Históricos, v.4, n.8, pp.198- 215.

Downloads

Publicado

2025-06-09

Como Citar

Schüler, T. G., Magalhães, M. L., & Ribeiro, O. M. (2025). Sobre Um Gigante Adormecido: Lendas enquanto representações culturais topofílicas do morro São João de Montenegro (RS, Brasil). E- Revista De Estudos Interculturais , (13). https://doi.org/10.34630/e-rei.vi13.6315

Edição

Secção

Artigos