“Ouçam, minhas irmãs: os corpos!” – a trajetória de “l’écriture féminine” em Portugal e na China a partir dos anos 70
DOI:
https://doi.org/10.34630/e-rei.vi13.6314Palavras-chave:
“l’écriture féminine”, corpo feminino, sexualidade e erotismo, literatura feminina em Portugal e na China, Novas Cartas Portuguesas, Yu XiuhuaResumo
O presente artigo visa realizar uma análise comparatista revisando a trajetória de “l’écriture féminine” (Cixous, 1975) na literatura portuguesa e chinesa a partir dos anos 70. Em Portugal, a escrita literária com caraterísticas de “l’écriture féminine”, fazia presença durante ditadura, citando os nomes importantes como Natália Correia, as Três Marias, Luiza Neto Jorge e mais recentemente, Ana Luísa Amaral. No caso da China, citam-se escritoras, nos anos 70, as poetas Yi Lei e Zhai Yongming, nos anos 90, como Lin Bai e Chen Ran, conhecidas pelo estilo de “escrita privada” e no tempo contemporâneo, Yu Xiuhua. Aprofundando o estudo com análises textuais de inscrições dos corpos femininos em Novas Cartas Portuguesas e na poesia de Yu Xiuhua, para descobrir como é que “l’écriture féminine” possibilita a emancipação das mulheres.
Referências
Abreu, C. A. F. d. (2014). O corpo ideológico do poema: um recinto de luta em Luiza Neto Jorge. Paper presented at the Anais do Simpósio Nacional do Gepelip: Interculturalidade nas Literaturas de Língua Portuguesa., Macaus.
Amaral, A. L. (1995). E muitos os caminhos. Porto: FLUP.
______ (2003). Do centro e da margem: Escrito do corpo em escritas de mulheres. Cadernos de Literatura Comparada, 8/9, 105-20.
______ (2010). Os teares da memória. Revista Crítica de Ciências Sociais, 89(Junho), 185-205.
______ (2013). Literatura e Mundo em Novas Cartas Portuguesas: O Azulejo dos Tempos. ELyra: Revista Da Rede Internacional Lyracompoetics, 1(1), 5- 24.
Amaral, A. L., Ferreira, A. P., & Freitas, M. (Eds.). (2015). New Portuguese Letters to the World (Vol. 5). Switzerland: Peter Lang AG, International Academic Publishers.
Barreno, M. I., Horta, M. T., & Costa, M. V. d. (2010). Novas Cartas Portuguesas — Edição Anotada. Alfragide: Dom Quixote.
Barthes, R. (1972 ). Le Degré zéro de l'écriture. Paris: Seuil.
Beauvoir, S. d. (1967a). O Segundo Sexo II: a Experiência Vivida (S. Milliet, Trans. Vol. II). São Paulo: Difusão Europeia do Livro.
______ (1970a). O Segundo Sexo I: Fatos e Mitos (S. Milliet, Trans. Vol. I). São Paulo: Difusão Europeia do Livro.
Bergson, H. (1900). Le Rire – Essai sur la signification du comique. Paris: Félix Alcan.
Birman, J. (1999). Cartografias do feminino. São Paulo: Editora 34 Ltda.
Bourdieu, P. (2012). A Dominação Masculina (M. H. Kühner, Trans.). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
Cameira, M. J. (2018). A problemática da escrita feminina no século XX: As três poetas de Poesia 61. Polissema – Revista de Letras do ISCAP 18, 33-59.
Carvalho, A. M. P. (2018). Aporias de uma “Escrita no Feminino” Derrida - Cixous. (Doutoramento em Filosofia). Universidade de Coimbra, Coimbra.
Chen, C. (1992). 《自看自:一種新的體驗角度的嘗試》(“Olhar para si: uma tentativa de novo ângulo de experiência”). 《名作欣賞》 (Apreciação de Obras Famosas)(1), 99.
Chevalier, J., & Gheerbrant, A. (1982). Dicionário de Símbolos: Mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números. Rio de Janeiro: José Olympio.
Cixous, H. (1975). Le Rire de la Méduse. L'Arc, número especial consagrado a Simone de Beauvoi et la lutte des femmes, 37-68.
Coelho, N. N. (1999). O discurso-em-crise na literatura feminina portuguesa. Via Atlântica, 2, jul., 120-28.
Dai, J. H. (2002). 《涉渡之舟:新時期中國女性寫作與女性文化》(O Barco Atravessando o Rio: a Escrita Feminina e a Cultura Feminina na Nova Era da China). Xi An: Shaan Xi Popular Education Press.
Deng, W. (2005). On Gender Awareness in Zhai Yongmingʼs Poems. Journal of Chu Xiong Normal University, 20(6), 43-47.
Du, L. (2017). Transformation of French écriture féminine in China. Transformation of French écriture féminine in China, 1(1), 102-07.
Fei, X. (2011). Fertility System. In From the Soil·Fertility System·Rural Reconstruction. Beijing: The Commercial Press.
Flores, C. (2010). Escrita Feminina em Portugal. Interdisciplinar, 10(jan.-jun.), 19-27.
Gao, Y. (Ed.) (2017). 《中國現當代文學史》(História da Literatura Moderna e Contemporânea da China) (Vol. 2). Hangzhou: Universidade de Zhejiang.
Gouveia, L. S. (2021). Nossa Paixão Será o Corpo: A questão do corpo censurado e liberto em Novas Cartas Portuguesas (1972). (Mestrado). Universidade de 305 Madeira, Madeira.
Guo, L. & Guo, L. (2007). The Unity of Two Opposite Female Images in “SanYah”. Journal of Guangdong Radio & TV University, 16 (3), 78-81.
He, G. (2016). On Yu Xiuhua’s Sleeping with You by Crossing More than Half of China. Journal of Hainan Normal University (Social Sciences), 29(8), 55-60.
Huang, L. (2024). A Inscrição Cartográfica dos Corpos Femininos em Novas Cartas Portuguesas e na poesia de Yu Xiuhua (Tese de doutoramento). Universidade de Macau, Macau.
Irigaray, L. (1985). Speculum of the other woman (G. C. Gill, Trans.). New York: Cornell University Press.
Ji, Z. (2018). 「繪畫美」詩論回望及近年來詩壇審醜化逆流批判 (“Uma retrospecção na teoriade ‘beleza de pintura na poesia’ e crítica à apreciação de escândalo na poesia”). Wenyi Zhengming(2), 118-24.
Kloubuka, A. M. (2009). O Formato Mulher - A Emergência da Autoria Feminina na Poesia Portuguesa. Coimbra: Angelus Novus.
Lentina, A. M. (2018). Novas Cartas Portuguesas: a vagina dentada das Três Marias. Via Atlântica, Jun.(33), 241-51.
L. Riep, S. (2019). Body, Disability, and Creativity in the Poetry of Yu Xiuhua. Chinese Literature Today, 7(2), 32-41.
Li, R. (2015). Body as the Sources: On Zhai Yongming’s Poetry of Gender. Chinese Journal of Literary Criticism(25-34).
Liu, Y. (2012). Écriture féminine. Foreign Literature, Nov., No. 6, 88-97.
Lu, X. (2007). 《女性文学视野中的陈染林白小说创作》(A Escrita de Romances de Chen Ran e Lin Bai sob a Perspectiva de Literatura Feminina). (Mestrado). Universidade de Zhejiang, Hangzhou.
Luo, X. (2018). 論新媒體時代詩歌的「優伶化」現象(“Abordagem sobre o fénomeno de entretenimentização de poesia na era de nova média”). Contemporary Writers Review, 5, 31- 38.
Ma, X. (2013). Decifrar a imagem das romãs ardentes -- uma abordagem sobre a simbologia de romã na poesia clássica chinesa. Journal of Liaoning Teachers College (Social Science Edition), 4(88), 20-22.
Macedo, A. G. (2020). Corpografias do feminino e formas de resistência na literatura e na arte: entrevista com Ana Gabriela Macedo. Revista Estudos Feministas, 28(1), e57099.
Magalhães, I. A. d. (1987). O tempo das mulheres: a dimensão temporal na escrita feminina contemporânea : ficcão portuguesa: Nacional-Casa da Moeda. ______ (1995). O Sexo dos Textos e Outras Leituras. Lisboa: Caminho.
Meirim, J. (2023). O Essencial sobre As Três Marias. Lisboa: Imprensa Nacional.
Owen, H. (2012). Filhas de Antígona no país das três Marias? Uma questão de género e genealogia. Cadernos de Literatura Comparada, 26/27, 15-40.
Owen, H., & Pazos-Alonso, C. (2011). Antigone’s Daughters? Gender, Genealogy and the Politics of Authorship in Twentieth-Century Portuguese Women’s Writing. Lewisburg: Bucknell University Press.
Pereira, G. d. C. (2007). Opressor – oprimido: Um estudo sobre “As Novas Cartas Portuguesas”. Revista Gatilho, 5(Ano III).
Rabine, L. W. (1987-8). Ecriture Féminine as Metaphor. Cultural Critique, winter, No.8, pp. 19-44.
Real, M. (2019). “Escrita Feminina” e “no feminino”. In C. Flores (Ed.), O sentido primeiro das coisas: Ensaios sobre a obra de Maria Teresa Horta (Vol. II). Natal: Escribas.
Rich, A. (1980). Compulsory Heterosexuality and Lesbian Existence. Signs, Vol. 5, No. 4(Women: Sex and Sexuality), 631-60.
Santos, M. I. R. d. S., & Amaral, A. L. (1997). Sobre a “Escrita Feminina”. Coimbra: Centro de Estudos Sociais.
Shen, Y. (2016). 《女性主義在中國:代表人物、爭論和戰略的分析》 (“Feminismo na China:
Representantes, Polémicas e Análise de Estratégias), relatório realizado com o patrocínio da Fundação Friedrich Ebert, publicado em Xangai.
Silveira, J. F. d. (1984). Poesia 61: um acontecimento na história da poesia do século XX em Portugal. . Cadernos de Linguística e Teoria da Literatura(12), 121-43.
Souza, N. S. d., & Pereira, V. C. (2017). A Ginocrítica como Exercício de Metacrítica em Novas Cartas Portuguesas. Artigo proferido no seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13th Women’s Worlds Congress Florianópolis.
You, C.-c. (2015). Bodily Experience and Literary Construction—On Keywords in Yu Xiuhua’s Poetry. Journal of Jiangsu Open University, 26(4), 68-73.
Yu, X. (2019). Twelve Poems: Yu Xiuhua, translations by Elise Huerta and Xu Hangping. Chinese Literature Today, 7(2), 6-17.
______ (2020). 《月光落在左手上》 (O luar deitado na mão esquerda) (2ª edição ed.). Beijing: Beijing Shiyue Wenyi.
Zhai, Y. (2008). 《最委婉的詞》 (Poemas mais Eufemistas). Beijing: Feoso Publishing House
______ (2015). 《潛水艇的悲傷:翟永明集1983-2014》 (A Tristeza de um Submarino: antologia
de Zhai Yongming 1983-2014). Beijing: Writers Publishing House.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2025 E- Revista de Estudos Interculturais

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0.