Mercado de turismo Halal na cidade do Porto
DOI:
https://doi.org/10.34630/erei.vi10.4772Palavras-chave:
Turismo halal, Serviços e produtos halal, Mercado turístico, Cidade do PortoResumo
Tendencialmente, os turistas halal procuram destinos turísticos onde existe uma predominância religiosa muçulmana. Contudo, em anos transatos, têm desenvolvido curiosidade em relação a regiões com diferentes estruturas culturais. Além de ser um mercado com uma grande expressividade populacional, é também um dos que mais assegura a circulação de capital. Um dos grandes beneficiários deste movimento tem sido o continente europeu, cuja taxa de visitas de turistas muçulmanos tem observado um aumento gradual. Portugal poderá estabelecer-se como um destino interessante para o turista halal, pois partilha de um legado cultural deixado pelo povo muçulmano durante a sua ocupação da Península Ibérica.
O presente estudo tem como objetivo compreender se a cidade do Porto reúne as condições necessárias para acolher o turista halal. Nessa perspetiva, foram listados um conjunto de serviços e produtos, especialmente relacionados com a alimentação e alojamento, que servem não só a população muçulmana viajante, mas também a população muçulmana local. Pretende-se, ainda, averiguar se os stakeholders associados ao setor do turismo têm a consciência dos conceitos “halal” e “turismo halal”, avaliando o interesse da cidade em relação ao segmento estudado. Serão enumeradas as limitações e obstáculos que um viajante muçulmano poderá sentir ao visitar a cidade do Porto. Por forma a assegurar a avaliação dos objetivos propostos, optou-se por uma metodologia qualitativa, utilizando como instrumento de recolha de dados a entrevista semiestruturada. Foram aplicadas dez entrevistas a representantes da comunidade muçulmana local, gestores de unidades hoteleiras, proprietários de restaurantes e ainda agentes de entidades
públicas locais. Apesar de existirem serviços e produtos que satisfazem minimamente os
requisitos do turista halal, presentemente a cidade do Porto não reúne as condições necessárias para acolher um súbito incremento de procura turística associada à população muçulmana. Torna-se evidente que não há diversidade de oferta ao nível de restaurantes fornecedores de alternativas lícitas de carne. Acresce a inviabilidade para que as unidades hoteleiras apresentem um roteiro de serviços que satisfaça totalmente um cliente islâmico. Se por um lado a falta de procura do cliente muçulmano não motiva financiamento público ou privado aplicado ao segmento halal, por outro, existe a consciência generalizada que a exploração do mercado seria benéfica para a cidade, quer em termos de procura turística, quer ao nível da comunidade local. É visível a postura reativa das
Destination Management Organizations (DMOS) regional e local, no Porto, assumindo uma posição dependente das motivações e interesses do turista halal.
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