O DEVIR-ANIMAL EM LUIZA NETO JORGE E PAULA REGO: MULHER CABRA, MULHER-CÃO E OUTRAS METAMORFOSES
DOI:
https://doi.org/10.34630/polissema.v0i17.2737Palavras-chave:
Luiza Neto Jorge, Paula Rego, Gilles Deleuze, «devir-animal», metamorfoseResumo
As obras de Luiza Neto Jorge e Paula Rego são um bom exemplo de diálogo polifónico entre as várias artes. Sendo contemporâneas, as suas obras, de matriz surrealista, revelam um desejo claro de desconstruir e subverter o conceito tradicional de arte recriando-a. Ambas recorrem obsessivamente a uma identificação com diferentes animais traduzida em metamorfoses completas ou parciais da figura feminina. A atitude da mulher jorgiana, representada, sobretudo, pela mulher-cabra, é sempre a de uma mulher erótica, ativa, agressiva e desafiadora enquanto a animalidade em Paula Rego, protagonizada principalmente pela Mulher-Cão, apresenta a mulher submissa, humilhada, mas revoltada com a sua situação. Se a Neto Jorge se pode aplicar o «devir-animal» deleuziano total, em Paula Rego ele surge «internalizado» projetando-se em figuras grotescas e monstruosas, onde a metamorfose se revela externa. No entanto, nem por isso as mulheres pintadas por Rego são menos insurrectas do que as da escritora.
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