Desperdício Alimentar nas Dietas de Textura Modificada em Contexto Hospitalar

Abstract

Enquadramento: O Desperdício Alimentar (DA) contribui para a maior parte do desperdício total em meio hospitalar (1–3). Assim, a diminuição do DA é considerada uma medida fulcral para o incremento da sustentabilidade alimentar(4). Quando se desperdiçam refeições, todos os recursos de produção utilizados como água, energia, mão-de-obra, tempo e custos são desaproveitados(2). Os doentes com prescrição de dietas de textura modificada, como a dieta cremosa, podem experienciar e percecionar de forma negativa o momento da refeição, fator que culmina num maior DA por diminuição da ingestão(5,6).  Objetivo: O presente trabalho teve como principal objetivo determinar quantitativamente o DA na dieta cremosa, com finalidade de promover uma melhor gestão de recursos económicos e ambientais, bem como percecionar o grau de aceitação entre dietas de preparação hospitalar e dietas comerciais de preparação instantânea.  Metodologia: Foi avaliado o DA de todos os componentes da refeição através do método quantitativo de pesagem aplicado a um total de 229 refeições (79 jantares e 150 almoços) nas duas unidades do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa. A análise de dados foi feita através dos programas Microsoft Excel e SPSS versão 28. Resultados: Foi verificado um DA médio de 471,0g por refeição, destacando-se um maior DA na componente prato (238,3g). Não foram verificadas diferenças estatisticamente significativas entre o DA das dietas hospitalares e das dietas comerciais de preparação instantânea (p=2,58). Observou-se que o cumprimento das capitações permitia uma redução do DA em 17,8% e uma redução de custos associados em 27,6%.  Conclusão: Verificou-se uma elevada taxa de DA nas dietas cremosas de preparação hospitalar e de preparação instantânea. Um maior rigor no processo de empratamento, com cumprimento das capitações, parece ter um impacto significativo na redução do DA e custos associados.