Revolução dos Cravos: E agora? Repensar o(s) iberismo(s) com José Saramago e Natália Correia
DOI:
https://doi.org/10.34630/e-rei.vi13.6332Palavras-chave:
Iberismo, Iberismo cultural, José Saramago, Natália CorreiaResumo
Pretende-se abordar a questão do(s) iberismo(s) nas dimensões política e cultural, nas perspetivas oferecidas por José Saramago, no romance A Jangada de Pedra (1986), e por Natália Correia, no ensaio Somos todos hispanos (1988). Este trabalho procura aferir as convergências e as divergências “iberistas” dos dois escritores e atores políticos do panorama cultural do pós-25 de abril na discussão pública sobre a posição pós-imperial e europeia de Portugal. Enquanto Saramago denuncia e enfatiza o lugar político periférico da Península Ibérica não só em relação à força centralizadora da Europa, como também do poder hegemónico dos Estados Unidos, Natália Correia apela a uma “comunidade ibérica” ou “comunidade ibero-afro-americana” essencialmente cultural. De acordo com a análise das obras, ambos defendem um “iberismo cultural”, assente numa comunhão cultural entre Portugal e Espanha, para dar resposta a um novo contexto comunitário, ou seja, a adesão conjunta à Comunidade Económica Europeia (1986).
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