Fascination, Complexity and Contradictions of a Theory of Photography
DOI:
https://doi.org/10.34630/e-rei.vi12.5815Palavras-chave:
arquivo, memória, tradição europeia, psicanálise e pulsão escópica, antropologia comparada da figuração, fotografia, poder, media, colonialismoResumo
A fotografia é uma das formas que temos de lutar contra a decadência e a morte que o tempo inevitavelmente traz a tudo o que é humano, e a cada um de nós enquanto indivíduos. A sua descoberta e agora a sua generalização através do sistema digital, com a possibilidade de ser produzida instantaneamente através dos mais diferentes meios, e transformada laboratorialmente, cria infinitas possibilidades de realidade. Tem implicações em todos os domínios da vida humana. Corresponde também a uma democratização da expressão artística plástica, pois permite a uma pessoa culta produzir obras de valor estético a partir de um conjunto de meios relativamente fáceis de obter. Neste sentido, na sociedade do espetáculo em que vivemos (G. Debord) e no mundo proliferante de imagens em que estamos imersos como consumidores compulsivos do que vemos nos ecrãs, a fotografia é central, seja a nível amador ou profissional. Mais do que denotar realidades, a fotografia cria, à semelhança de outras formas de arte, novas realidades, que ao mesmo tempo são fugazes, impossíveis de fixar pela retina, mas que também ficam, na fotografia, aprisionadas para todo o sempre. É neste sentido que é uma atividade contraditória, pois estagna e "mata" o que regista, mas ao mesmo tempo faz viver, perdurar, o instante fugaz. A fotografia corresponde a uma pulsão escópica, a um desejo compulsivo de ver, que é ao mesmo tempo motivo de prazer e de desilusão. Porque queremos sempre ver mais, o gozo nunca está completo, por definição, porque só termina com a morte.
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