Influências de Portugal No Oriente
DOI:
https://doi.org/10.34630/erei.vi4.3986Palavras-chave:
Oriente, Influência LusitanaResumo
A influência de Portugal no Oriente não tem sido devidamente apreciada ou explorada na sua totalidade. Quando se fala na influência lusitana são muito mais comuns as menções dos feitos heroicos dos navegadores, capitães e governadores e do largo trato comercial do império. O império português é também criticado pela sua política de crueldade, intolerância e o seu zelo religioso, e geralmente pensa-se que a sua influência foi superficial e efémera. No entanto, a verdade é que a ação civilizadora de Portugal nas suas antigas colónias e nos seus povos foi muito mais profunda e duradoura em vários sentidos, tanto que ainda se podem encontrar vestígios desse mesmo facto. Nenhuma nação colonial teve menos egoísmo de raça e mais tendência à identificação com os indígenas do que a portuguesa. Para ajudar a manter a paz nas colónias, os portugueses fundiam-se com os indígenas de tal forma que ainda hoje existem em várias regiões asiáticas com grupos, mais ou menos numerosos, que se orgulham de serem descendentes dos primeiros civilizadores europeus, da denominação de portugueses e dos seus nomes e apelidos lusitanos. O valor da ação civilizadora de Portugal é sobretudo evidente na influência que a língua portuguesa exerceu, e ainda exerce, em grande parte da Ásia. É natural que a língua do conquistador seja a língua oficial, e os indígenas se vejam na necessidade de a aprender e falar. Mas geralmente isto dura enquanto o país se encontra sob o domínio estrangeiro. Por exemplo, a Holanda dominou diversas partes da Índia, mas não deixou quase nenhuns vestígios da sua língua, a não ser uma ou outra palavra. É também natural que os descendentes dos conquistadores continuem a usar, o idioma paterno, muito depois de cessar o domínio nacional, como acontece quanto ao português em Bengala, em Malaca e em Singapura. A língua portuguesa teve uma grande expansão na Ásia nos séculos passados. Durante a época dos descobrimentos considerava-se que o português era a língua cristã por excelência e um indício de cultura europeia. Falava-se português, puro ou adaptado à língua do país em questão, por toda a Índia, na Malásia, no Sião, na China, em algumas partes do que na altura era a Pérsia, em algumas partes da Turquia e em Meca, entre outros lugares. E falavam-no não só os portugueses e os seus descendentes, mas hindus, maometanos, judeus, malaios, e os próprios europeus de outras nacionalidades, entre si e com os indígenas. Também o falavam os missionários holandeses nos seus domínios, e ainda hoje o empregam os ministros protestantes ingleses na ilha do Ceilão. Era, e foi durante muito tempo, a língua franca do Oriente. Hoje em dia, o português é falado especialmente em Timor-Leste, Goa e Damão na Índia, e Macau. Mesmo que, um dia, a língua portuguesa e os seus falantes desapareçam completamente da Ásia, a influência ira manter-se através de certos dialetos e expressões nas várias línguas, assim como em alguns hábitos e objetos do dia-a-dia. Neste trabalho, salientarei as influências que penso que mais se acentuaram e perpetuaram na cultura dos respetivos países, assim como as que considero mais célebres.
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