Intercâmbio Cultural – De Fortaleza A Novosibirsk
DOI:
https://doi.org/10.34630/erei.vi4.3985Palavras-chave:
Brasil, CulturaResumo
O Brasil por si só compreende diversas culturas, culturas regionais, mas que, sobretudo, pela imensidão geográfica, quase não experienciam uma realidade intercultural. Tampouco o povo brasileiro é privilegiado de contato com o exterior. Além dos custos desmedidos para sair do país, que uma limitada minoria pode bancar, os estrangeiros de passagem, normalmente, limitam-se ao turismo de luxo em resorts e pouco dão importância à complexa e vasta cultura brasileira. Ademais, as comunidades de imigrantes costumam se instaurar no interior do país. Este trabalho desenvolve uma análise de uma entrevista a uma brasileira, Keismy Silva, que viveu três meses em Novosibirsk, Rússia. Primeiramente, clarifica-se por que Keismy e a sua experiência são adequadas para o estudo. De seguida, exploram-se as impressões da entrevistada sobre diversas situações vivenciadas durante a sua estadia na Sibéria e quais foram as soluções encontradas para se adaptar ao “choque climático e cultural”. Exploram-se, ainda as relações político-econômicas entre o Brasil e a Rússia, com vista a contextualizar um dos fatores de maior relevância na construção do estereótipo russo e, por fim, reflete-se sobre a questão da aquisição cultural. A análise desta experiência intercultural sob uma perspectiva que identifica os traços mais gerais da cultura brasileira contrapondo-a com outra noção, quase homogênea, da cultura russa, evidencia uma possível contradição com o principal propósito do trabalho de desconstruir estereótipos, reduzindo duas pátrias imensamente complexas, que compreendem tantas outras dentro delas, a uma cultura única. No entanto, as referências à “cultura brasileira” e à “cultura russa” devem ser entendidas como o sentido de pertença dos cidadãos destes países, como os pontos que estes têm em comum entre eles e o que os diferencia dos “outros”.
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