Ensino Superior em Macau: Cooperação Como Forma de Sustentabilidade do Ensino de e Em Língua Portuguesa

Resumo

O ensino superior público de Macau nasce, em inícios da década de 90, do século XX, como resposta a uma forte necessidade do Governo em investir na formação de quadros, nomeadamente de quadros bilingues (chinês-português). Beneficiando de toda uma história e prática de ensino de português e de um contexto de bilinguismo oficial (chinês e português) as instituições públicas e, também, as privadas têm apostado na oferta de cursos leccionados em língua veicular portuguesa, e de programas de licenciatura, mestrado e doutoramento em língua e cultura portuguesas e de tradução e interpretação chinês-português. Neste cenário, o contexto económico, assente na política do Governo Central da RPC de investimento nos Países de Língua Portuguesa, tem sido um forte motor de motivação tanto para a aprendizagem como para o ensino e trouxe para a cena as instituições de ensino superior privado que, hoje, ombreiam com as oficiais na oferta de formação em língua portuguesa. Desde cedo, a cooperação com o exterior tem vindo a dar lugar à assinatura de acordos, os quais têm mostrado resultados positivos, destacando-se, o Curso de Tradução e Interpretação Chinês/Português, resultante da parceria entre Instituto Politécnico de Macau, Instituto Politécnico de Leiria e Universidade de Línguas e Cultura de Pequim. Num cenário de desenvolvimento e de optimismo, a coordenação entre as instituições locais e a cooperação, a nível interno e externo, apresentam-se como estratégias cruciais para promover a melhoria contínua, desenhar novas oportunidades e sedimentar o ensino da língua portuguesa, permitindo olhar para 2049 (o português é língua oficial de Macau desde 1999 e por um período de 50 anos) com otimismo e com a certeza de que o português irá continuar a desempenhar um importante papel na Região Administrativa Especial de Macau.