A Gestão da Informação Como Alavanca Para a Sobrevivência e Competitividade das Organizações

Autores

  • Cláudia Pinto CEOS.PP, ISCAP, Politécnico do Port

DOI:

https://doi.org/10.34630/ctdi.vi.5491

Palavras-chave:

Gestão da Informação, Literacia informacional, Avaliação da informação, Método quadripolar, Competitividade das organizações

Resumo

A informação é um ativo fundamental para qualquer organização de domínio público ou privado. A sua gestão auxilia e apoia a administração das organizações, podendo fazer a diferença entre o sucesso ou o fracasso destas. A gestão da informação inclui diversas atividades, as quais são abrangidas pelas componentes do seu ciclo de vida: aquisição ou criação; organização e armazenamento; distribuição e utilização, apresentando-se a avaliação da informação como um processo transversal a todo o seu ciclo de vida. De facto, a avaliação da informação consiste numa operação metodológica, situada no pólo técnico do método quadripolar de investigação em Ciência da Informação

Há vários autores que abordam diversas definições de gestão de informação que, praticamente, referem os mesmos pontos comuns: é um conjunto de atividades interligadas e relacionadas com a aquisição, organização, armazenamento, distribuição e uso da informação sem esquecer a integração e adaptação da organização ao meio ambiente em constante mudança. A capacidade de adaptação ao ambiente que rodeia uma organização é fundamental para a sua competitividade e sobrevivência. Na era da informação e do conhecimento, na qual todos os avanços tecnológicos e científicos são facilmente acessíveis a todas as organizações, quem detém informação exata, fidedigna e sabe geri-la da forma mais adequada à sua visão e estratégia, conseguirá adquirir vantagem competitiva mais rapidamente em relação às restantes.

A gestão estratégica da informação é fundamental nas organizações, como apoio à decisão (as decisões devem ser tomadas com base em informação completa, atual, precisa, contextualizada e no momento adequado; fator de produção (obtenção da informação necessária e respetiva gestão como fator fulcral para a sua competitividade) e fator de sinergia (a classificação, disseminação e arquivamento da informação é imprescindível para a obtenção de resultados eficientes e eficazes para uma organização.

A informação é também considerada e utilizada em muitas organizações como um fator estruturante e um instrumento de gestão. Portanto, a gestão efetiva de uma organização requer a perceção objetiva dos valores da informação e dos seus sistemas de informação. O ponto de partida para esta gestão eficiente e eficaz é a clara distinção entre a informação necessária para a organização e informação sem utilidade, que deve ser descartada. A informação é avaliada e categorizada consoante o grau de importância para a organização: informação crítica se é essencial para a sobrevivência da instituição; mínima se é imprescindível para a sua gestão; potencial se permite adquirir vantagem competitiva relativamente à concorrência e/ ou mercado e, por fim, informação qualificada como lixo, quando não tem qualquer utilidade para a organização.

As organizações devem, assim, procurar e manter a informação crítica, mínima e potencial para a sua atividade, sobrevivência e competitividade e livrar-se da informação que é, na realidade, lixo. Neste contexto, a avaliação da informação apresenta-se como essencial em todo o processo de gestão da informação na organização, permitindo eliminar o lixo e preservar o que contribui para a sua eficácia e eficiência.

Com este artigo pretende-se, através da revisão de literatura, demonstrar e ajudar a compreender como a informação se torna no fator primordial de inteligência e vantagem competitiva de qualquer organização, devido ao contributo essencial que essa gestão traz à realização da missão e estratégia da organização, ao seu negócio ou área de atuação, aos seus recursos humanos e aos recursos tangíveis.

Referências

Amaral, L. (1994). PRAXIS - Um Referencial para o Planeamento de Sistemas de Informação. Tese de doutoramento. Universidade do Minho. Obtido de:https://repositorium.sdum.uminho.pt/retrieve/301/PRAXIS_Amaral.pdf

Araújo, C. A. Á. (2009). Theoretical currents in information science. Ciencia da Informacao, 38(3), 192–204. doi: https://doi.org/10.1590/S0100-19652009000300013

Aufderheide, P. (1993). Media Literacy. A Report of the National Leadership Conference on Media Literacy. INSTITUTTON Aspen Inst., Queenstown, MD. ISBN-0-89843-137-9

Barbosa, R. R. (2008). Gestão da Informação e do Conhecimento: Origens, Polêmicas e Perspectivas. Inf. Inf., Londrina 13(1esp.), 1–25. doi: http://dx.doi.org/10.5433/19818920.2008v13n1espp1

Braga, I. (2013). A Literacia da Informação no Ensino Politécnico: competências e práticas numa Escola Superior. Tese de doutoramento. Universidade do Porto, Porto. Obtido de: http://hdl.handle.net/10216/76099

Bulger, M., Davison, P. (2018). The Promises, Challenges, and Futures of Media Literacy. Journal of Media Literacy Education, 10(1), 1–21. https://doi.org/10.23860/jmle-2018-10-11

Calderon, W., Cornelsen, J., Pavezi, N., Lopes, M. (2004). O processo de gestão documental e da informação arquivística no ambiente universitário. Ci. Inf., Brasília, 33(3), p.97-104. Obtido de: https://www.scielo.br/pdf/ci/v33n3/a11v33n3.pdf

Choo, C. W. (2003). Gestão de informação para a organização inteligente: a arte de explorar o meio ambiente. Lisboa: Editorial Caminho.

Dutra, F., Barbosa, R. (2017). Modelos e critérios para avaliação da qualidade de fontes de informação: Uma revisão sistemática de literatura. Informação e Sociedade, 27(2), 19-33. doi: 10.22478/ufpb.1981-0695.2018v13n1.39297

Estrela, S. (2014). A Gestão da Informação na Tomada de Decisão das PME da Região Centro - um estudo exploratório e de multicasos no âmbito da Ciência da Informação. Tese de doutoramento. Universidade de Coimbra, Coimbra. Obtido de: http://hdl.handle.net/10316/25956

European Commission. (2018). Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões: Combater a desinformação em linha: uma estratégia europeia. Recuperado de: https://secure.ipex.eu/IPEXL-

WEB/dossier/document.do?code=COM&year=2018&number=236&appLng=PT

Foresti, F., Varvakis, G., Viera, A. (2018). A importância do contexto na Ciência da Informação. Biblios, 72. doi: 10.5195/biblios.2018.383

Gomes, L. (2016). Gestão da Informação, holística e sistémica, no campo da Ciência da Informação: estudo de aplicação para a construção do conhecimento na Universidade de Coimbra. Tese de doutoramento. Universidade da Corunha, Corunha. Obtido de:

https://ruc.udc.es/dspace/bitstream/handle/2183/18287/EstevesGomes_LilianaIsabel_TD_ 2016.pdf

Hobbs, R., Jensen, A. (2009). The Past , Present , and Future of Media Literacy Education. Journal of Media Literacy Education, 1(1), 1–11. Retrieved from: https://digitalcommons.uri.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1000&context=jmle

Lesca, H., & Almeida, F. (1994). Administração estratégica da informação. RAUSP Management Journal, 29(3), 66-75. Obtido de:

http://www.spell.org.br/documentos/ver/18561/administracao-estrategica-dainformacao/i/pt-br

Marcial, V. F., Gomes, L. I. E., Marques, M. B. (2016). Perspetiva teórica e metodológica em sistemas de informação complexos. Páginas a&b: Arquivos E Bibliotecas, 3–21. Obtido de https://ojs.letras.up.pt/index.php/paginasaeb/article/view/995

Marques, M. (2017). Gestão da Informação em Sistemas de Informação Complexos. Ci. da Inf. e Bib., João Pessoa 12(2), 60–76. Obtido de: https://www.researchgate.net/publication/334653993_GESTAO_DA_INFORMACAO_EM_ SISTEMAS_DE_INFORMACAO_COMPLEXO

Moresi, E.. 2000- Delineando o valor do sistema de informação de uma organização. Ciência da Informação. V 29 Nº 1. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-19652000000100002. ISSN 1518-8353

Ribeiro, F., Eugenia, M., Fernandes, M. (2001). Universidade do Porto: estudo orgânicofuncional: modelo de análise para fundamentar o conhecimento do Sistema de Informação Arquivo. Porto: Reitoria da Universidade do Porto

Ribeiro, F. (2005). Novos caminhos da avaliação de informação. Seminário Avaliação de Documentos a Serviço da Administração. https://hdl.handle.net/10216/14085

Rousseau, J., Coutore, C. (1994). Os fundamentos da disciplina arquivística. Lisboa: Publicações Dom Quixote.

Saeger, M., Oliveira, M., Neto, J., & Neves, D. (2016). Organização, acesso e uso da informação: componentes essenciais ao processo de Gestão da Informação nas organizações. Páginas a&b : Arquivos & Bibliotecas, 6(1), 52–64. Obtido de: https://doi.org/10.21747/21836671/pag6a4

Silva, A.M., Ribeiro, F., Ramos, J., Real M.L. (2009). Arquivística: Teoria e prática de uma ciência da informação. 3ª ed. Porto: Ed. Afrontamento.

Terra, A. (2014). A metodologia quadripolar de investigação científica aplicada em Ciência da Informação: relato de experiência. Prisma.Com, 0(26), 45–66. Obtido de: http://ojs.letras.up.pt/index.php/prismacom/article/view/2650

Vaquinhas, N., Caixas, M., Vinagre, H. (2017). Da Produção à Preservação Informacional: Desafios e Oportunidades [PDF]. Obtido de: https://books.openedition.org/cidehus/2563

Normas:

Instituto Português da Qualidade – NP 4041:2005 – Informação e documentação. Terminologia arquivística. Lisboa: IPQ

Instituto Português da Qualidade – NP 4438:2005 – Norma Portuguesa para Gestão de

Documentos de Arquivo. Lisboa: IPQ Legislação:

Portaria n.º 12/2008 - Aprova o Regulamento de Conservação e Arquivístico do Instituto

Politécnico do Porto. Diário da República n.º 2/2008, Série I de 2008-01-03

Sítios na internet:

Priberam: https://dicionario.priberam.org/, consultado em 06-12-2023

Downloads

Publicado

2025-04-01

Como Citar

Pinto, C. (2025). A Gestão da Informação Como Alavanca Para a Sobrevivência e Competitividade das Organizações. Encontros Da Licenciatura Em Ciências E Tecnologias Da Documentação E Informação. https://doi.org/10.34630/ctdi.vi.5491