Práticas de normalização em saúde: relatórios médicos em imagiologia

Autores

  • Nídia Felgueiras Instituto Politécnico do Porto

DOI:

https://doi.org/10.34630/ctdi.vi.4545

Palavras-chave:

Relatório Médico, Imagiologia, Normalização, Fonte de informação

Resumo

A comunicação que se propõe resulta de um percurso de investigação que começou com a prática quotidiana da investigadora, que durante quatro anos produziu relatórios médicos em duas organizações privadas de saúde e que posteriormente decidiu aprofundar os seus conhecimentos no Mestrado de Informação Empresarial, consciente que as empresas com prática de imagiologia médica produzem informação, mas que muitas vezes não a cuidam devidamente por lhes faltar a sensibilidade do olhar de um profissional da Ciência da informação. Do seu exercício profissional emergiram práticas e visões específicas das Ciências da Saúde que foram cruzadas com a formação da investigadora na Ciência da informação.

As pontes entre estas duas áreas do saber levam-nos a questionar Por que é que o relatório médico em imagiologia, enquanto fonte de informação para o diagnóstico, exige normalização e tratamento de informação?

Como qualquer percurso de investigação, também o nosso começou com a visão objetiva de estudar um tema, questionar realidades, obter informação para responder às questões levantadas e cruzar a informação recolhida com o os textos bibliográficos já produzidos para alcançar novas teses que fazem o conhecimento científico avançar. Porém, nesta investigação optamos por acrescentar-lhe um olhar mais subjetivo. Um olhar de dentro para fora que completa os olhares científicos que partem de fora para dentro, porque as duas perspetivas não se excluem, mas complementam-se.

Considerando como objeto de estudo o Relatório Médico em imagiologia, esta investigação encontra-se situada entre duas áreas do saber, a Ciência de Informação e as Ciências da Saúde (mais designadamente no âmbito da imagiologia). O Relatório Médico em imagiologia é um documento textual, físico e/ou digital, sigiloso, com caráter legal, que compreende informação médica relativa a um (ou vários) exame(s) médico(s) de um utente e que têm como principal objetivo fornecer dados/indicadores para o diagnóstico médico especializado.

Com esta investigação, pretende-se posicionar o objeto de estudo, documentar a sua génese intelectual e material, refletir sobre todo o fluxo informacional do documento, revelar a importância das suas fases de produção e de normalização.

Foram realizados levantamentos bibliográficos e abordagens reflexivas sobre a importância e produção do relatório médico, que depois foram cruzados com estudos de caso baseado em diferentes instituições, onde a experiência profissional do médico (produtor intelectual) e datilógrafo (produtor material) nos elucida sobre a temática apresentada e nos permitiu entender práticas e fluxos informacionais.

No final do estudo analisamos o papel do datilógrafo como produtor material do relatório médico, salientando-se a sua consciência ética e profissional e sugerindo um conjunto de boas práticas no âmbito da elaboração e normalização de relatórios médicos em imagiologia.

A maior riqueza de uma investigação advém do cruzamento de olhares, do partilhar de perspetivas e da realização das interligações entre ciências distintas que se entrelaçam mostrando que o conhecimento está mais unido do que separado, da realização que o espaço entre as Ciências Humanas e as Ciências Exatas não é feito de barreiras, mas sim por constantes pontes.

Palavras-chaves: , Imagiologia, Normalização, Fonte de Informação.

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Publicado

2022-06-22

Como Citar

Felgueiras, N. (2022). Práticas de normalização em saúde: relatórios médicos em imagiologia. Encontros Da Licenciatura Em Ciências E Tecnologias Da Documentação E Informação, 14–20. https://doi.org/10.34630/ctdi.vi.4545