Avaliação de uma medida de gestão do conhecimento em equipas numa unidade militarizada portuguesa: estudo psicométrico da escala GCE

Autores

  • Ana Luisa Sousa Pinto Universidade de Coimbra

DOI:

https://doi.org/10.26537/iirh.vi7.2756

Palavras-chave:

gestão do conhecimento em equipas de trabalho, gestão do conhecimento, equipas de trabalho, características psicométricas

Resumo

Se por um lado verificamos uma pluralidade de informação, na literatura da especialidade, acerca de gestão do conhecimento organizacional (Bogosian & Stefanchin, 2013; Ocaña, 2009), por outro, verificamos que a mesma é bastante mais escassa no que diz respeito à gestão do conhecimento nas equipas de trabalho (Xue, Bradley & Liang, 2011), inclusive ao nível dos seus instrumentos de medida. O presente estudo teve como objetivo analisar as qualidades psicométricas da escala de gestão do conhecimento em equipas (GCE) - unidimensionalidade de cada um dos constructos referentes aos processos que constituem a mesma - numa unidade militarizada portuguesa. Esta escala foi desenvolvida por Cardoso e Peralta (2011). Trata-se de uma escala que foi construída de acordo com o modelo multidimensional de Cardoso (2007), que se inspirou em diferentes contributos teóricos - orientações teóricas americanas, japonesas e europeias - e que deu origem à escala “Gestão do Conhecimento” (GC). Este instrumento, Gestão do Conhecimento, originalmente concebido para o contexto organizacional foi, assim, adaptado para o contexto das equipas. O GCE permite avaliar 14 processos da gestão do conhecimento grupal distribuídos por 6 secções: criação e aquisição de conhecimento, atribuição de sentido ao conhecimento, partilha e difusão do conhecimento, memória da equipa, recuperação e utilização do conhecimento, e catalisadores de gestão do conhecimento. Os processos utilizados por nós, neste estudo, dizem respeito à: criação e aquisição externa; criação e aquisição interna; atribuição de sentido ao conhecimento; partilha e difusão intencional; partilha e a difusão não intencional; memória interna e intencional; memória interna e tácita; memória externa; recuperação controlada; recuperação automática e utilização do conhecimento. A escolha destes 11 processos (não incluímos a sessão catalisadores de gestão do conhecimento), ao invés dos 14 que fazem parte da escala GCE, deveuse a duas razões fundamentais: (1) o facto de se tratarem de catalisadores, isto é, aspetos/atividades que podem potenciar os outros processos e, nesse sentido, pretendendo reduzir a escala global optou-se por não incluir tais catalisadores (que possuem, pelo que acabámos de dizer, uma natureza algo distinta dos outros, mais que processos de GCE são estimuladores dos processos/atividades da GCE), e, (2) o facto de a escala GCE possuir a vantagem de podermos utilizar de forma independente os processos que mais nos convêm de acordo com o tipo de estudo que pretendemos. O estudo foi realizado numa amostra constituída por 2158 participantes de uma unidade militarizada – Guarda Nacional Republicana (GNR). A validade de constructo, nomeadamente a dimensionalidade, foi avaliada através de análises fatoriais confirmatórias. Todos os 11 processos revelaram um ajustamento adequado. A análise da fiabilidade, nomeadamente da consistência interna, estimada com base no alpha de Cronbach, variou de .70 a .89. Os resultados
permitem concluir que a escala GCE possui qualidades psicométricas adequadas para avaliar a gestão do conhecimento de equipas em unidades militarizadas portuguesas.

Publicado

2017-06:-01

Como Citar

Pinto, A. L. S. (2017). Avaliação de uma medida de gestão do conhecimento em equipas numa unidade militarizada portuguesa: estudo psicométrico da escala GCE. Conferência - Investigação E Intervenção Em Recursos Humanos, (7). https://doi.org/10.26537/iirh.vi7.2756