Artigo

Conceção, Implementação e Avaliação de Práticas Web 2.0 na Atividade Docente

Lino Oliveira1, Ângelo Jesus2, Armando Silva3, Paula Peres4

1Politécnico do Porto / ESMAD (Portugal)

2 Politécnico do Porto / ESS (Portugal)

3 Politécnico do Porto / ESE (Portugal)

4 Politécnico do Porto / ISCAP (Portugal)

 

Resumo

Atualmente, nas instituições de ensino superior, assiste-se a um crescente recurso às tecnologias web como suporte ao ensino presencial. Tendo como base o alcance dos objetivos definidos, os professores cada vez mais recorrem à definição de estratégias de aprendizagem considerando as vantagens associadas à interação digital e à personalização dos percursos de aprendizagem. Com o trabalho descrito neste artigo pretende-se a explicitação da reflexão sobre algumas das atuais práticas no que concerne à utilização das tecnologias web 2.0 no ensino superior procurando um enquadramento pedagógico. Contrariando a generalidade dos trabalhos científicos publicados nesta área de conhecimento, esta investigação parte do particular gerado por atuais práticas educativas, que decorrem de contextos específicos, para a geral no sentido do seu enquadramento teórico, numa abordagem bottom-up.
Concretamente, com este trabalho procurou-se avaliar de que forma as atuais praticas desenvolvidas no âmbito de uma unidade curricular de um curso de licenciatura responde a este contexto, quais os constrangimentos e resultados em termos de avaliação do conhecimento adquirido. Como resultado verificou-se que a exploração pedagógica das atuais tecnologias web 2.0 poderá potenciar a aprendizagem formal e a preparação para uma aprendizagem ao longo da vida. Verificou-se ainda a necessidade do mapeamento das ferramentas web utilizadas com objetivos educacionais de fundamentação e controlo da dispersão, inerente aos ambientes sociais.

Palavras-chave: Web 2.0, Avaliação, Competências, Ambientes Sociais Digitais, Práticas Pedagógicas.

 

Abstract

Currently, higher education institutions have been increasing the use of web technologies to support face-to-face teaching process. Based on the achievement of defined objectives, increasingly, teachers have been defining learning strategies considering the advantages of digital interaction and personalization of learning paths. The work described in this paper aims to explicit a reflection on current practices regarding the use of web 2.0 technologies in higher education looking for a pedagogical framework. Contrary to the majority of scientific papers published in this area of knowledge, this research starts by analyzing current educational practices and then seeks for an pedagogical pattern, using a bottom-up approach.  As a result it was found that the pedagogical exploitation of current Web 2.0 technologies can enhance formal learning and preparation for lifelong learning. Nevertheless, it is important to map all the web tools used in order to clarify its usage and control the dispersion inherent of social environments.

 

Keywords: Web 2.0, Evaluation, Competences, Social Environments

 

O Ensino superior e os desafios da Web 2.0

Cada vez mais, os estudantes que atualmente frequentam o ensino superior estão familiarizados com o uso das tecnologias web e aspiram pela sua utilização nos ambientes de aprendizagem. Paralelamente, a implantação das redes sociais digitais tem facilitado a comunicação e a colaboração entre os intervenientes nas comunidades online. A evolução social e tecnológica reflete-se nos sistemas educativos e justifica o crescimento da presença na Internet das Instituições de Ensino Superior (IES). O nível de tecnologia web adotado por uma instituição pode influenciar o prestígio, qualidade e número de estudantes matriculados (Sauter, 2003).
As IES têm vindo a ser pressionadas no sentido de ajustar os seus métodos de ensino-aprendizagem à exploração do conhecimento gerado pelas redes de comunicação e socialização. A generalização do uso da Internet, a sua constante evolução e os serviços disponíveis alteram os comportamentos de aprendizagem. A Web 2.0 canaliza os esforços para uma aprendizagem mais ativa e envolvente. Os estudantes, fora dos espaços formais de aprendizagem vivem uma cidadania digital que envolve a interação, a partilha e a co-construção do conhecimento, incluindo a autoaprendizagem. As atuais pressões socioculturais reforçam a importância da promoção de estratégias de aprendizagem, por parte dos professores, que permitem aos estudantes aprender a ser, a criticar e a produzir conhecimento, tendo em conta a realidade da sociedade. A resposta a esta evolução pode ser suportada nas atuais tecnologias web que têm vindo a progredir de uma Web 1.0, em que a Internet representava um repositório de informação, para uma Web 2.0 onde a interatividade assume o maior papel. O’Reilly, T. (2005) descrevia, então, a Web 2.0 como uma nova geração de aplicações e ferramentas Web tais como o Flickr, Delicious, Myspace , Youtube , Wikipedia  e Blogger . As aplicações Web 2.0 alteraram a forma de utilização da Internet, facilitando a publicação de conceitos e ideias por todos os utilizadores, a socialização e, potencialmente, a aprendizagem. O número de ferramentas disponíveis na Internet tem vindo a crescer vertiginosamente. Social media, social networks e social communities constituem conceitos que representam uma nova forma de colaboração e comunicação. Num curto período de tempo, a World Wide Web transformou-se de um medium de informação estática para uma grande plataforma de comunicação. As tecnologias digitais revolucionaram as formas como aprendemos, onde cada vez mais a aprendizagem informal e ao longo da vida tem o seu espaço. Os hábitos e os costumes dos estudantes alteram-se e as escolas não podem ignorar tamanha revolução. Necessitam de acompanhar o progresso para se tornarem num lugar de interesse e motivação para os estudantes. Não devem resignar-se, assistindo os estudantes a utilizarem diariamente as tecnologias digitais e a olharem a escola como um local aborrecido e desfasado da realidade contemporânea. A escola pode, e deve, ser um local onde os estudantes gostam e precisam de ir, presencialmente ou virtualmente, a fim de participarem num ambiente de agradável aprendizagem, um local onde todos se sentem motivados a participar ativamente (O’Reilly, 2005). Ajjan & Hartshorne (2008) defendem que as ferramentas Web 2.0 são uma tendência das tecnologias Internet e possuem muitas características que podem suportar o ensino/aprendizagem. Sublinham a importância de explorar a facilidade e o gosto que os estudantes têm na utilização destas ferramentas. Nos últimos anos, são diversos os estudos que identificam benefícios na utilização da Web 2.0 no ensino, nomeadamente, na melhoria no relacionamento entre docentes e estudantes e participação mais ativa nas atividades letivas (OECD, 2007; Armstrong & Franklin, 2008; JISC, 2009; Redecker, 2009; George Siemens & Tittenberger, 2009). Stephen Downes (2005) introduziu o termo “elearning 2.0” referindo-se ao uso de wikis, weblogs e podcasts no contexto educacional. Desde então muitos investigadores têm efetuado trabalho nessa área. Embora todas estas ferramentas partilhem da facilidade de utilização, estas não têm sido exploradas da melhor forma em termos educacionais (Downes, 2005). Atualmente é dada uma grande importância às didáticas orientadas aos processos, opiniões dos estudantes, atitudes e reflexões. Neste contexto, o processo de aprendizagem não poderá ter um formato demasiado restritivo e estruturado, muitos dos resultados da aprendizagem são imprevisíveis onde o professor assume um papel essencialmente de facilitador, self-oriented learning. As atuais tecnologias digitais proporcionam uma aprendizagem informal pelo constante fluxo de informação entre os intervenientes no processo de ensino/aprendizagem que, como defendem Ebner et al. (2010) pode ser visto como um importante componente nos novos ambientes de aprendizagem orientados ao processo.
A coabitação dos ambientes formais e informais da aprendizagem nem sempre é fácil, os ambientes de aprendizagem pessoal, personal learning environments (PLE) e a descentralização da informação torna este entendimento numa difícil tarefa e enaltece a importância da definição de estratégias para a avaliação e validação institucional do conhecimento. Neste sentido, com este trabalho procurou-se avaliar de que forma as atuais praticas desenvolvidas no âmbito de uma unidade curricular de um curso de licenciatura responde a estas diretrizes, quais os constrangimentos e resultados em termos de avaliação do conhecimento adquirido.

Práticas educativas - Caso de Estudo

Considerando que a Web 2.0 incrementa a força de um grupo e no sentido da exploração de um ensino superior aberto, flexível e participativo foram desenvolvidas um conjunto de atividades significativas, suportadas nas tecnologias em rede que promoveram a criação de conteúdos pelos próprios alunos e promoveram a comunicação dinâmica entre os espaços formais e informais de aprendizagem.
Oliveira & Moreira (2008) propuseram uma prática que tem sido seguida desde então em unidades curriculares (UC) da Licenciatura em Ciências e Tecnologias da Documentação e Informação (LCTDI) da Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão (ESEIG) do Instituto Politécnico do Porto (IPP) e que consiste na utilização de aplicações Web 2.0 em contexto de ensino‑aprendizagem e em articulação com o sistema de gestão de aprendizagem (learning management system, LMS) Moodle.
Esta prática, representada pela Figura 1, consiste na proposta de desenvolvimento de trabalhos práticos, sendo sempre necessário utilizar aplicações Web 2.0, sobre temas relacionados com matérias lecionadas noutras UCs. Deste modo, incentiva-se a interdisciplinaridade e a possibilidade dos estudantes rentabilizarem o tempo e os recursos, desenvolvendo trabalho para duas UCs em simultâneo.

 

Figura 1 - Prática de utilização de aplicações Web 2.0 no desenvolvimento de trabalhos práticos

 

Todos os trabalhos são realizados em grupo e possuem uma estrutura comum:

  • Investigação sobre as aplicações Web 2.0 mais adequadas ao contexto do trabalho;
  • Fundamentação da escolha realizada;
  • Dinamização do tema usando a aplicação escolhida durante um determinado período, complementando-a com a utilização de outras ferramentas Web 2.0. A dinamização dependia de uma outra unidade curricular mas poderia ser efetuada pela dissertação sobre um tema como, por exemplo, resultados de investigação, artigos de opinião, clipping da Web ou seja, de uma maneira geral publicar artigos relacionados com um tema.

O trabalho inicia-se sempre com uma discussão num fórum do LMS Moodle para contextualizar o tema, discussão que se mantém ao longo da realização do trabalho. O grupo gere o seu trabalho, colaborando através de um wiki na plataforma Wikispaces e dinamiza o tema recorrendo, maioritariamente, a um blogue ou um sítio web criado pelos estudantes. Todas as aplicações Web 2.0 são utilizadas em plataformas gratuitas (Oliveira & Moreira, 2008).
A experiência pedagógica foi realizada pela primeira vez na UC Aplicações Informáticas do 3º ano da LCTDI no ano letivo de 2007/2008 e tem sido replicada desde então. Os 23 estudantes participantes não tinham formação de base em tecnologias, ingressaram no Ensino Superior provenientes, na sua maioria, da área das Humanidades e eram maioritariamente (52,7%) estudantes trabalhadores.

Mapeamento Pedagógico do caso

A imersão nos atuais ambientes tecnológicos em prol da aprendizagem e avaliação deve ser precedida por uma cuidada análise e fundamentação pedagógica. As necessidades de aprendizagem devem ser endereçadas para a atual geração de estudantes, mas muitas vezes colide com as estruturas, relações de poder, governos, valores culturais e tradicionais dos campus (Barone, 2005). A estes obstáculos acresce a eventual inércia dos próprios estudantes que, segundo Kavavik (2005), nem sempre atribuem grande valor ao recurso às tecnologias no suporte do ensino-aprendizagem, muitas vezes devido à inexistência de referenciais de aprendizagem nestes contextos. Mais tecnologia não implica necessariamente melhor aprendizagem.
A prática descrita emergiu da necessidade sentida no seio de uma instituição de ensino superior, que como tantas outras, de incorporar as atuais tecnologias Web 2.0 nos processos de ensino-aprendizagem.
Para uma utilização eficiente das tecnologias web é importante refletir sobre as formas de inclusão da interação e da exploração da inteligência coletiva, com foco nos resultados da aprendizagem e em pedagogias centradas no aluno. No caso descrito, o recurso a espaços wikis constituiu um bom exemplo do poder da colaboração suportada nas tecnologias e impulsionou a necessidade de desenvolver competências sociocognitivas suportadas na Web. A teoria socio‑construtivista enaltece a importância da negociação e da co-construção de significados entre os intervenientes. A aprendizagem é vista como um processo social (Vygotsky, 1978). As ferramentas Web 2.0 tornaram mais fácil o processo de aprendizagem social, de partilha, publicação e interação. No caso descrito, foram utilizados os fóruns, os blogues, e aplicações como o YouTube, Slideshare e Flickr que promoveram a co-construção do conhecimento numa comunidade de aprendizagem.
É, por isso, fundamental entender como os processos cognitivos são influenciados pelas interações sociais. Neste contexto, a visão conetivista constitui uma perspetiva emergente que explica como o conhecimento pode ser distribuído através de uma rede de pessoas e aplicações. Esta visão considera as atuais tendências nos processos de aprendizagem, o recurso às tecnologias e às redes. Combina elementos de várias teorias, estruturas sociais e tecnologia no sentido de criar uma estrutura de suporta à educação na era digital. Reconhece a teoria do caos como uma forma de lidar com a abundancia de informação disponível fora do individuo que procura estabelecer ligações e criar padrões de conhecimento. Esta visão reconhece a aprendizagem como um processo contínuo que ocorre num ambiente complexo de conexões de pessoas e tecnologia e reside em humanos e não-humanos (G. Siemens, 2005). Embora esta visão possa não compreender a descrição aprofundada do fenómeno da aprendizagem no sentido intrínseco a uma teoria, não deixa de ser importante considerá-la no sentido de auxiliar a reflexão sobre como as tecnologias, as redes e a teoria do caos influencia a mudança de comportamento associada ao processo de aprendizagem. Sendo o conetivismo visto como uma visão pedagógica da educação com a sustentação de que os estudantes desde tenra idade criam conexões entre o seu mundo na escola e fora dela no sentido de desenvolver habilidades para trabalhar em rede que lhes permite gerir o conhecimento de modo mais eficaz na sociedade de informação (Verhagen, 2006).
Em consonância com as opiniões dos estudantes que participaram no caso, a ubiquidade das ferramentas Web 2.0 nos espaços educacionais, no trabalho, em casa, poderá ter um grande impacto na aprendizagem ao longo da vida, pelo estabelecimento de redes de aprendizagem e organizações que criam, partilham e recursos de aprendizagem. As ferramentas da Web 2.0 permitem aos indivíduos participar em atividades sociais, no enquadramento da teoria socio-construtivista da aprendizagem em que a forma de interação poderá ser descrita na visão conetivista

Resultados

A maior parte destes estudantes (60,0%) usou pela primeira vez aplicações Web 2.0 e todos eles consideraram a experiência muito estimulante e alguns deles (20,0%) acharam‑na mesmo extremamente estimulante.
Foi muito significativa a opinião de uma parte considerável dos estudantes (77,0%) que considerou as aplicações Web 2.0 como muito importantes para a prática profissional e uma forma de melhorar essa prática (92,4%).
Esta experiência foi realizada numa UC que funcionou pela primeira vez. Dada a inexistência de um histórico anterior não foi possível estabelecer uma comparação segundo os mesmos critérios. No entanto, recorreu-se a um conjunto de valores de participação obtidos com os mesmos estudantes e o mesmo docente numa outra UC que decorreu no semestre imediatamente anterior.
Nessa UC, o docente promovia a discussão de temas e o esclarecimento de dúvidas maioritariamente de modo presencial, em complemento de alguma atividade nos fóruns do LMS Moodle.
Analisando o envolvimento dos estudantes em ambas as situações, verificou-se um crescimento de nas intervenções e nas visualizações nas atividades promovidas segundo a prática apresentada na Figura 1.
Segundo Oliveira (2011), esta prática permitiu obter melhorias em diversos aspetos:

  • Uma maior interação entre docentes e estudantes, sem os constrangimentos por vezes presentes no relacionamento interpessoal;
  • Maior acompanhamento e participação nas atividades das UC, com a sensação do docente estar presente e disponível;
  • A criação, por parte dos estudantes, de hábitos de investigação, estudo, escrita e discussão das matérias lecionadas, de tal modo que o cuidado em manter-se atualizado fez com que aprofundassem o conhecimento das matérias.
  • O desenvolvimento mais fácil de sinergias interdisciplinares.

Reflexões

O caso descrito emergiu de uma prática em contexto que procurou dar resposta à importância de incorporar o recurso às tecnologias web 2.0 no processo de ensino-aprendizagem no sentido de promover o alcance dos objetivos definidos para a unidade curricular e preparar os estudantes para a aprendizagem ao longo da vida. A análise efetuada permitiu o seu enquadramento teórico baseado na importância do conetivismo e na corrente socio-construtivista da aprendizagem.
Este trabalho confirma a importância do recurso a ambientes abertos e flexíveis, numa arquitetura de participação para auxiliar os alunos na gestão das suas aprendizagens. Não obstante a importância destas teorias é importante refletir sobre as suas operacionalizações. A necessidade de agregar e tornar visíveis as conexões entre os vários ambientes sociais de aprendizagem constituíram um importante elemento a considerar aquando da definição da estratégia de instrução suportada na Web 2.0. A pratica descrita, sugere a disponibilização esquemática da estrutura de rede criada como um mapeamento dos processos, clarificação dos objetivos de cada ambiente e suas interligações. Ignorar este procedimento poderá dificultar o entendimento e promover a dispersão por parte do estudante.
No que concerne à avaliação das aprendizagens, o envolvimento ativo dos alunos contribuiu positivamente para o alcance dos objetivos cognitivos e simultaneamente de competências transversais e de aprendizagem ao longo da vida. Não obstante a importância deste cenário levantou-se a problemática da inclusão no processo de avaliação formal, conteúdos de natureza efémera, inerente aos ambientes Web 2.0. As avaliações formais no contexto das instituições de ensino superior exigem a preservação dos conteúdos e evidências da aprendizagem. Quando os ambientes de aprendizagem quebram fronteiras e exploram as potencialidades das tecnologias web 2.0 é necessário encontrar mecanismos que assegurem a legalidade e conformidade dos processos de avaliação. No caso descrito, coube a cada aluno preparar o seu PLEfolio (portefólio digital com inclusão de elementos dos ambientes de aprendizagem pessoais) independente e possível de exportação ou anexação ao respetivo CV, que fizesse a demonstração de competências e que incluísse os produtos desenvolvidos ao longo do processo formativo que evidenciassem a aprendizagem e o alcance de cada objetivo cognitivo (ver figura 2).

 

Figura 2 - Ambiente PLEfolio

 

O vídeo seguinte apresenta modelo ​PLEfolio que permite a utilização de práticas Web 2.0 na atividade docente​ como complemento de outras realizadas sobretudo através da plataforma Moodle.

 

Considerações Finais

Numa dicotomia entre a investigação teórica dos processos de ensino‑aprendizagem e a práticas educativas em contexto, importa clarificar as aplicabilidades e dissonâncias assim como as variáveis emergentes. Neste trabalho verificou-se a aplicabilidade da visão conetivista e da teoria socio‑construtivista da aprendizagem. Emergiu deste trabalho a necessidade da representação visual do recurso às tecnologias web 2.0, através da esquematização da estrutura de suporte, no sentido de clarificar e guiar os processos de ensino-aprendizagem e fundamentar a importância e a ligação entre os diferentes ambientes sociais. Importa igualmente refletir sobre as formas de validação institucional do conhecimento adquirido nos ambientes educacionais fora dos espaços tradicionais controlados. Embora o caso descrito seja referente ao ano letivo de 2007/8, esta prática tem sido seguida desde então, de tal modo que a atualidade das conclusões são prementes e desafiam todos quantos pretende recorrer às tecnologias Web 2.0 para a criação de ambientes de aprendizagem significativos e motivadores para os estudantes. Permanecendo a preocupação com a forma/processo, os resultados obtidos e a validação institucional.

 

REFERÊNCIAS

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